segunda-feira, novembro 08, 2010

Os impostos sobre a pobreza

No Diário de Notícias, em 31 de Outubro:

« A Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN) já recebeu vários pedidos de ajuda desde que foram anunciados cortes nos abonos, um apelo que levou esta organização a pedir mais descontos às empresas.

"Da nossa parte temos tentado obter cada vez maiores descontos junto de empresas, mas quanto às medidas do Governo, não podemos mesmo fazer nada. Dizemos que as famílias não têm que se queixar a nós, têm que se queixar a quem o fez", afirmou o presidente da APFN.

Para Fernando Castro esta medida é um "desastre" para as famílias, para quem o "ordenado acaba cada vez mais cedo antes de acabar o mês".

Esta é uma medida "em linha" com as medidas que "o Governo tem vindo a tomar contra a família e a natalidade", afirmou, sublinhando que praticamente nenhum país da União Europeia adoptou esta medida nos seus planos de austeridade.

"Os países a sério sabem que o dinheiro que se gasta com as crianças é um investimento e quando se corta aí, está-se a cortar no crescimento, no futuro", acrescentou.

Reportando-se aos últimos dados estatísticos disponíveis, relativos a 2009, Fernando Castro lembra que Portugal é o único país europeu que "tem vindo a bater todos os mínimos absolutos na taxa de natalidade".

"O abono era mais uma ajuda. A isto se chama solidariedade entre gerações: a população activa ajuda a rapaziada que vai ser a população activa do futuro e que vai poder pagar as reformas dos que estão a contribuir agora. Em quantas gerações quer este Governo acabar com o país?"
, criticou.

Fernando Castro citou o exemplo de França, um país que "tem vindo a aumentar a taxa de natalidade e que, apesar dos vários cortes introduzidos para equilibrar as contas públicas, manteve o abono de família".
(...)

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