terça-feira, dezembro 11, 2012

Manipulações e complicações

O uso indevido da fertilização in vitro (FIV) ficou patente num  estudo realizado em França pelo Instituto Francês da Saúde e da Investigação Médica (INSERM) (publicado na Fertility and Sterility de Abril).


17% das mulheres que engravidaram artificialmente, mais tarde também tiveram filhos de forma natural.

De igual modo, 24% das mulheres que não tiveram êxito com a reprodução assistida, conseguiram posteriormente ser mães. 

Quando se conjugam todas estas circunstâncias, a proporção de mulheres que tiveram filhos depois de não o ter conseguido com a FIV chega a 45%. Isto indica que muitos casais não são totalmente inférteis e recorrem demasiado cedo à técnica.

Como se sabe, os bebés nascidos desta técnica têm mais probabilidade de terem doenças congénitas (aqui, artigo na Time)

sábado, dezembro 08, 2012

O papel do pai no século XXI

Conferência sobre conciliação trabalho-família, em Jaen, Espanha. Intervenção da Prof.a Maria Calvo (Universidade Carlos III):


O Pai não é «aquele que colabora na procriação ou aquele que traz dinheiro para casa; não é uma 'mãe em duplicado', não é um amigo, nem um colega». «É muito mais do que tudo isto - é uma figura imprescindível que é responsável pelo equilíbrio». 

Atualmente muitos pais estão físicamente ausentes, mas bastantes, também estão psíquicamente ausentes: «na sociedade atual, pede-se aos homens que atuem como as mães, mas o papel masculino é essencial».

Legendas em espanhol. 

sexta-feira, dezembro 07, 2012

literatura infantil / juvenil distópica

«O êxito de "Os jogos da fome" veio trazer uma nova moda no campo da ficção juvenil: as distopias ou histórias passadas em futuros onde imperam dificuldades e conflitos.»


(...) «os melhores romances distópicos retratam os medos que todos temos e sempre foram leituras apreciadas pelos jovens, porque tratam de inquietações próprias de quem está a entrar na idade adulta.

A isso podemos acrescentar que as caraterísticas da nossa sociedade propiciam tanto estas inquietações como aqueles temores: vivemos cada vez mais controlados e frequentemente nas mãos de quem se sente com legitimidade para experimentar com seres humanos; e, hoje com mais facilidade que ontem, muitos jovens cedo se dão conta das falsidades da sociedade em que vivem e da falta de integridade de boa parte dos adultos. 

Isto é: estes romances triunfam também por falarem de jovens que, ao mesmo tempo que anseiam por uma liberdade que só a verdade sobre si próprios e sobre o mundo em que vivem lhes poderia dar, se dão conta de estar a viver numa sociedade asfixiante e impiedosa, onde se marginalizam ou matam os mais indefesos, tudo feito com muita discrição e por motivos de compaixão.» (...)

«Tudo isto mostra que a indústria do entretenimento não procura apenas convencer-nos a comprar os seus produtos; procura também afincadamente que lhe imitemos o discurso. Para tal apoiam-se na cumplicidade de quem paga para que se  fale do que agrada» (...)

Em aceprensa.pt, sobre os títulos: Os Jogos da Fome, Os trípodes, A longa marcha, O dador de memórias, União, Delirium e Divergente,

sexta-feira, novembro 16, 2012

"Diário de um pai"

Henrique Raposo, no Expresso:

«Esta semana, a pátria teve um leve sobressalto quando viu a taxa de natalidade, mas o assunto voltou rapidamente à colecção de não-assuntos.Eu compreendo: se começassem a falar de apoios à natalidade, políticos, jornalistas e comentadores ainda perdiam, coitadinhos, as credenciais progressistas. 

Como se sabe, esses assuntos são coisas de fachos e reaças, e há que manter a feira das vaidades moderninhas e pós-moderninhas até ao fim.Mas, se não se importam, eu gostava muito de deixar um post-it reaça no frigorífico progressista da pátria: se nada for feito ao nível das políticas de família, Portugal vai atravessar um inverno demográfico que criará a tempestade perfeita.A actual crise é um pequeno aguaceiro ao pé do “Sandy” demográfico que estamos a cozinhar.» (...)
(...) «ser pai nesta terra já deve dar para entrar na escolinha dos super-heróis.Até porque o tal Estado social não existe neste campo. 
Já sou pai, e continuo sem ver o Estado social.» (...)

«É que encontrar uma creche financeiramente acessível é como encontrar um homem honesto no Parlamento.As IPSS de bairro são, sem dúvida, a melhor solução, mas repare-se na perversão do sistema: se tiver um rendimento mensal de 2250 euros, o casal já paga a mensalidade máxima, cerca de 400 euros.É outra renda, que se junta à renda da casa e à renda das fraldas, medicamentos, pediatra, brinquedos, leite de transição, frutinha, sopinha, roupinha e o cartão de sócio do Benfica. 

Como se tudo isto não fosse suficiente, os mais velhos dizem-me que o sistema fiscal não valoriza os filhos na declaração de rendimentos.
Eu não sei onde é que anda o Estado social, mas sei que o dito não está no sítio que deveria ser a sua primeira prioridade: as crianças, a formação da família, a saúde demográfica da sociedade. Há muito Estado e pouco social no tal Estado social.» (...)

«Mas, afinal, para onde é que vai o dinheiro dos nossos impostos? 0 Estado fica com metade da nossa riqueza e, mesmo assim, é incapaz de apoiar como deve ser a rede de creches já instalada.» (...)

«Se não serve para apoiar as crianças e as famílias, se não serve para garantir o futuro, o Estado social serve exactamentepara quê?»

sexta-feira, outubro 05, 2012

generosidade leva à satisfação com o casamento (é científico :)

(...) a «partir dos anos setenta do século passado que "o casamento começou a ver-se como um instrumento para satisfazer necessidades pessoais, mais do que ser uma oportunidade para servir o outro cônjuge na vida quotidiana, o que é bom para ambos", explica W. Bradford Wilcox, professor de sociologia da Universidad da Virginia, autor da investigação conjunta com Jeffrey Dew.

Uma contrapartida desta visão é constituída pelos hábitos de generosidade e sacrifício, que requerem que ambos os cônjuges ponham as necessidades do outro à frente das próprias. Sem essa renúncia de ambas as partes, quebra-se o equilíbrio e desmorona-se a estabilidade matrimonial.

Para estudar o modo como estes hábitos influem na satisfação dos esposos no seu casamento, os autores basearam-se na Survey of Marital Generosity. 

Trata-se de um inquérito feito com uma amostra nacional representativa de indivíduos casados (1705 homens e 1745 mulheres; dos quais, 1630 estavam casados entre si) que foram entrevistados entre 2010 e 2011. Os inquiridos tinham entre 18 e 45 anos, embora os cônjuges do participante principal pudessem ter até 55 anos.
(...)

«Um casal generoso dá lugar a um "círculo virtuoso", de modo que a entrega de um dos cônjuges acaba por atrair a entrega do outro. O estudo destaca como pequenos sacrifícios podem aumentar os sentimentos de auto-estima do membro do casal que deles beneficia, assim como avivar o seu sentido de gratidão e apreço pelo que os realiza.»

(...)«para melhorar a convivência entre os esposos não é preciso recorrer a grandes gestos de generosidade, mas frequentemente bastarão pequenas acções positivas que geram mais novidade no casamento»

quarta-feira, setembro 12, 2012

O Estado discrimina os ateus e agnósticos ...

(...) «se o Valter e a Viviana, dois fervorosos ateus da Charneca da Caparica, quiserem também unir as suas vidas de forma irrevogável, não o podem fazer juridicamente. 

Com efeito, a actual lei civil não lhes permite essa opção. Por outro lado, também não podem recorrer ao casamento indissolúvel católico, porque a Igreja, obviamente, não pode admitir ao sacramento do matrimónio um casal em que nenhum dos nubentes professa a religião cristã. 

Daqui resulta, portanto, que os católicos beneficiam de uma possibilidade jurídica que está vedada aos ateus e agnósticos, bem como a todos os outros cidadãos não católicos. 

Ao que parece, esta proibição legal de uma aliança conjugal perpétua baseia-se no entendimento de que o Estado não deve permitir que ninguém, mesmo agindo no pleno uso da sua razão e vontade, se possa comprometer matrimonialmente de forma definitiva, ou seja, sem uma cláusula de eventual rescisão.

Uma tal prudência legislativa seria louvável, se não fosse tão incrivelmente contrária à mais elementar liberdade dos cidadãos. Com a mesma razão, ou a mesma falta dela, também se deveria proibir legalmente a adopção, pois é tão irreversível quanto o seria um matrimónio indissolúvel. 

Portanto, é avisado que o ordenamento jurídico seja exigente nas condições que requer para uma decisão definitiva, mas não pode, salvo que se assuma como expressão de um poder autoritário, restringir a liberdade dos nubentes quanto ao tempo e ao modo como se querem comprometer matrimonialmente. 

Poder-se-ia objectar que, se o casal ateu não se quiser divorciar, nada o impede de permanecer casado o tempo que quiser e, por isso, não precisaria de um casamento civilmente indissolúvel, nem de nenhuma cláusula proibitiva do divórcio. Mas um tal argumento não é válido, porque aquilo que realmente pretende quem quer casar para sempre não é apenas a não dissolução, de facto, da aliança nupcial. Quer, sobretudo, a impossibilidade jurídica de que a dissolução se possa verificar por decisão de um cônjuge, ou de ambos. 

O Valter e a Viviana não querem apenas prescindir individualmente da sua faculdade de requerer o divórcio, mas cada um deles quer também evitar que possa ficar divorciado por efeito de uma acção interposta pelo outro. Ora um tal objectivo só poderá ser alcançado se houver, efectivamente, um matrimónio civil indissolúvel. Com efeito, segundo a lei vigente, qualquer casamento é dissolúvel, mesmo contra a vontade do cônjuge inocente, o que acontece as mais das vezes.» (...)

(Público, 11 de Setembro, Gonçalo Portocarrero de Almada, via blogue O Povo)

sábado, setembro 01, 2012

os brinquedos que impedem de brincar

No i-online, Inês Teotónio Pereira:


«Há uma importante lição que só se aprende depois de muitos euros gastos e de muitos quilómetros percorridos em centros comerciais. A lição é a seguinte: as crianças não gostam de brinquedos. (...)

São vários os sintomas desta hecatombe. Um dos mais irritantes é visível nas festas de anos dos meninos: as crianças já nem abrem os presentes que os convidados levam. Elas querem lá saber, qualquer presente só pode ser mais um brinquedo inútil para encher o quarto – porque, se fosse alguma coisa especial, já a tinham.
(...)  Por isso, não é raro uma pessoa chegar a uma festa de anos, munida orgulhosamente de um presente – que também nem demorou assim tanto tempo a escolher –, entregar à criancinha aniversariante, que do nada emerge de um monte de prendas, e ela nem olha para a nossa dádiva envolta em papel de embrulho; diz um obrigado automático e nós ficamos a vê-la ser depositada num monte de presentes, (...)


Outro sintoma são os próprios quartos das criancinhas. Os quartos dos nossos filhos não são quartos, são garagens com uma cama lá no meio; são arrecadações onde, por acaso, alguém dorme. 
É impossível a uma criança organizar uma qualquer brincadeira nestas condições. Por isso, o interesse em brincar morre logo ali à entrada do quarto. 


Para se conseguir brincar é fundamental ter muito poucos brinquedos, para que eles possam assumir vários personagens em várias brincadeiras durante anos a fio. (...) o pior é que os brinquedos não têm graça nenhuma. Nada. São tão completos, tão fáceis, tão previsíveis e tão automáticos que o próprio brinquedo rouba a brincadeira toda e diverte-se sozinho. 


Não há como brincar com os brinquedos de hoje. Carrega-se nos botões e os bonecos fazem tudo, os piões rodam, os carros fazem piruetas e as torradeiras de brincar torram mesmo. Não existe nada que se possa fazer para brincar com brinquedos que brincam sozinhos. Para ficar a ver, mais vale ver televisão e jogar no computador. Sempre é menos monótono.


É por isso, e por falta de tempo, que as crianças deixaram de brincar. Não é que elas não queiram, a chatice é que elas não sabem. Nem têm forma de aprender.


Deixou de ser preciso imaginar e inventar e deixou de existir paciência para o fazer. Pior: tudo o que as crianças podiam imaginar ou inventar está imaginado e inventado e disponível em qualquer loja perto de si. Já não existe o conceito “passar a tarde a brincar”. Onde? Como? Com quê? Com quem? Pois. O melhor é ir ver televisão e não desarrumar nada.»

sábado, agosto 04, 2012

Porque é que as mulheres (ainda) não podem ter tudo?


(...) «"Eu costumava responder com um sorriso de condescendente superioridade quando outra mulher me dizia que tinha decidido deixar de trabalhar por algum tempo ou seguir um itinerário profissional menos competitivo para dedicar mais tempo à família", confessa Slaughter. Mas o seu trabalho na administração Obama fez-lhe ver as coisas de outro modo. "As ideias feministas sobre as quais eu construíra toda a minha carreira levaram um abanão".»

(...) «Professora de relações internacionais na Universidade de Princeton, Ann-Marie Slaughter sempre havia desejado trabalhar em política externa, tendo decidido que, a apresentar-se alguma oportunidade, permaneceria nesse posto todo o tempo possível. O seu sonho tornou-se realidade em inícios de 2009: foi nomeada Directora de Planeamento de Políticas no Departamento de Estado; era a primeira mulher a aceder a tal cargo. Porém, passados dois anos, demitiu-se e voltou a Princeton, por ter chegado à conclusão de que, sendo mãe de dois filhos, e o mais velho em plena crise de adolescência, fazia mais falta em sua casa que na Casa Branca.» (...)

"A sociedade devia dar valor às decisões de colocar a família acima do trabalho" (...)

Feminista convicta, provocou uma onda de polémica ao publicar em artigo, na revista The Atlantic, a sua história e a sua decisão de regressar à vida de casa. É o artigo mais lido da revista (mais de 700 mil leituras na edição digital) e um recorde de recomendações no facebook (mais de 180 mil ...)

(citado de aceprensa.pt)

quarta-feira, agosto 01, 2012

coaching familiar

(...) «Baseado na arte de perguntar mais do que de responder, o Coaching facilita o auto-conhecimento, a compreensão de quem somos e o que queremos ser, bem como propõe os meios para os alcançar. 
 
Pretende-se que o Coachee saia do seu mundo, se encontre consigo mesmo, saiba melhor quem é e quem pode chegar a ser, onde está, porque está aí e que rumo deseja dar à sua vida.

O Coaching Familiar dirige-se a todos que de uma forma sustentada pretendam desenvolver as suas competências pessoais, familiares e profissionais com uma visão de médio e longo prazo promovendo assim o seu efetivo crescimento.» (...)

Aqui: BeFamily (Better Families, Better People)

quarta-feira, julho 11, 2012

A forma como ensinamos os rapazes não é eficaz

A forma como ensinamos os rapazes não é eficaz. Podemos continuar a penalizá-los, ou tentar chegar até eles ...

Entrevista a David Chadwell (jornal Público, 14 setembro 2011)

Texto aqui. Livro, aqui.

(...) «- Essas diferenças existem porque há uma diferença biológica? Ou é cultural?

- Não sei.

- Não interessa saber?

- O debate que está instalado é esse: "É a biologia ou é a cultura?" Eu não sei. A comunidade médica começa a dizer: "Sim, parece haver alguma biologia..." E há pessoas a dizer: "Não, não é assim..." O problema é que esse debate está a acontecer no "mundo da investigação", mas na sala de aula temos estudantes que estão a ter desempenhos distintos, que não conseguem atingir o mesmo nível de sucesso, e temos professores que estão a tentar ensinar. Aos professores não interessa quais são as causas. O que querem saber é: "Como é que eu consigo chegar aos meus alunos?"

- As meninas têm melhores resultados, abandonam menos a escola, chegam mais à universidade. O sistema educativo está a prejudicar mais os rapazes do que as raparigas?

- A forma como estamos a ensinar não está a ser tão eficaz para os rapazes. Podemos continuar a penalizá-los. Ou podemos procurar perceber como chegar a eles. Isso vai ser mau para as raparigas? Não vai. Se tivermos rapazes que se estão a sair mal, em aulas mistas, isso também vai ser prejudicial para as raparigas. Porque se vai perder tempo, eles vão tentar gozar com elas... Não temos igualdade de desempenhos na leitura, por exemplo. Os rapazes estão a perder. Não quer dizer que não saibam ler. Há muitos que sabem fazêlo bem. Mas, em geral, o sistema educativo está a discriminá-los. Por outro lado, sim, é verdade que as raparigas vão mais para a universidade. Mas por que é que não vão para Engenharias? Ou para as Matemáticas ao mais alto nível? Isto é um problema a nível internacional. Como é que transmitimos certos conteúdos às raparigas de maneira e levá-las a dizer: "Quero seguir essas áreas"?» (...)

quarta-feira, maio 16, 2012

Tão maus como os "outros" ...

(...) “em cada hora, nascem em Portugal menos seis crianças do que seria necessário para garantir a renovação de gerações”
 

“Em vez de encarar este problema de frente, apoiando fortemente a paternidade e maternidade, o Estado Português continua a penalizá-las, tanto mais quanto maior o número de filhos, em franco contraste com o que acontece, há anos, na esmagadora maioria dos países europeus”, (...)

sexta-feira, abril 27, 2012

Manipulação eticamente assistida

No "Parecer sobre Procriação Medicamente Assistida e Gestação de Substituição" do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNEV), as chamadas «barrigas de aluguer», o texto tem uma nota final que diz que existe um "Parecer Alternativo" que colheu uma minoria dos votos. 
O Conselheiro Michel Renaud, designado como relator do Projeto, é também autor dum relatório minoritário, que está no mesmo site (embora apenas assinalado como "declaração conjunta"), e é assinado por alguns dos mais reputados membros do conselho: Michel Renaud, Ana Sofia Carvalho, Agostinho Almeida Santos, Francisco Carvalho Guerra, José Germano de Sousa, Maria do Céu Patrão Neves.
Dizem estes peritos que o texto aprovado, apenas reflete que «foi o interesse sempre prioritário e frequentemente exclusivo do casal beneficiário e não o interesse do nascituro que esteve na base da discussão do CNECV». 
Para um Conselho que pretende ser ético, isto não só é grave, mas é mais do mesmo: a ideologia a esmagar os interesses das pessoas e da sociedade.
Como se pretende construir uma sociedade pacífica com base na violação sistemática dos direitos dos mais frágeis?

terça-feira, março 06, 2012

Federação Internacional para o Desenvolvimento da Família (IFFD)


Sítio da Federação Internacional para o Desenvolvimento da Família (IFFD), em língua espanhola com notícias recentes.


- escrito no telefone, com BlogPress.

lavagens de cérebro


«Em toda a Europa civilizada, é proibida a publicidade a menores.

Cada criança em Portugal passa cerca de 23 horas por semana em frente à televisão. São cerca de três horas por dia, bem mais do que o tempo que passam com os pais ou com os irmãos.
Sendo assim, os verdadeiros encarregados de educação dos nossos filhos são os aparelhos de televisão.

Enquanto vê televisão, cada miúdo é bombardeado, em média, por 25 mil anúncios por ano. Estas doses maciças de propaganda constituem autênticas lavagens de cérebro.
E as consequências estão aí bem à vista. Os miúdos vestem todos da mesma forma e brincam com os mesmos brinquedos. Os pais, pressionados, vêem-se na obrigação de satisfazer os desejos dos filhos, tenham ou não dinheiro para tal.


Por outro lado, os maus hábitos alimentares resultam do apelo publicitário permanente ao consumo de comidas pouco saudáveis. Os problemas de saúde são a consequência inevitável. A obesidade infantil afecta já hoje inúmeras crianças, sendo que destas, entre 50 a 80% serão adultos obesos.

Além do mais, muitos brinquedos e jogos apelam a atitudes violentas, com a consequente influência no comportamento hiperactivo e na indisciplina nas escolas.

Poderiam evitar-se todos estes males limitando, ou simplesmente proibindo, a publicidade dirigida a menores. Que é o que acontece, aliás, em toda a Europa civilizada.»

(Paulo Morais, na RR on-line em 5 de Março)

segunda-feira, março 05, 2012

Melhor é possível

(...) «a soma acumulada do gasto em educação de um aluno desde os 6 aos 15 anos , a partir de um limiar de 35.000 dólares por aluno, não tem relação com os resultados.

Por exemplo, os EUA ou a Noruega, que gastam mais de 100.000 dólares acumulados nesses anos de escolaridade, mostram resultados análogos aos de países que gastam menos de metade por estudante, como a Hungria ou a Polónia. A Espanha gasta mais que a Finlândia, mas o nível de compreensão de leitura dos alunos espanhóis é de 481, contra 536 dos finlandeses (em 600).

(...)
Segundo esta análise, "os resultados do PISA nesses países [de rendimento elevado] sugerem que interessa mais como se gasta que quanto se gasta".

Esta análise conclui também que os países que se destacam mais no PISA são aqueles que investem mais nos seus professores, isto é, que conseguem atrair os bons estudantes para a profissão docente com bons salários e um estatuto social reconhecido. Neste sentido, a formação dos professores é mais decisiva que o número de alunos por sala de aula, para que estes aprendam mais.» (...)

(Em aceprensa.pt)

sexta-feira, março 02, 2012

Educação Sexual a caminho do escândalo

CARTA ABERTA AO SR. PRIMEIRO MINISTRO e MINISTRO DA EDUCAÇÃO (aqui)

(...)

Factos:
• Pais não são informados – e muito menos ouvidos – sobre a forma como a escola quer leccionar a disciplina.

• Pais surpreendidos a posteriori porque os filhos participam em acções de “educação sexual”, sem consentimento.

• Pais atónitos porque levam os filhos para certa visita de estudo, que, a meio, se transforma em visita sobre “educação sexual”.

• Escolas sujeitas a tentativas de controlo de pequenos grupos para imporem ideologias minoritárias nesta matéria.

• Professores, a maioria, pressionados pela actual instabilidade laboral, que temem agir segundo as suas convicções.

• Alguns poucos professores, acomodados à "linha única", que usam o espaço de manobra que lhes resta para imporem as suas convicções.

• Direcções de escolas que esquecem ser sua principal missão colaborar com os pais na educação dos filhos, e nunca agir contra eles ou à sua revelia.


Desde o início, tudo isto era, infelizmente, previsível. Não tivemos, pois, especial mérito em tê-lo logo anunciado. Apelamos a uma acção imediata.


O que apreciamos? Pluralismo. O que exigimos? Liberdade. Não seja o Estado a definir o comportamento sexual dos jovens. Sejam os pais a educar os filhos.

Subscrevemo-nos com toda a consideração. (...)


Carta para entregar na escola (atenção pais, ACORDEM!)

(Mais no sítio dos pais, Plataforma Resistência)


segunda-feira, fevereiro 27, 2012

Programas de Saude Sexual na Adolescencia

«PROPOSTAS DE UM PROGRAMA FORMATIVO

Um esquema tolerante com as diferentes éticas individuais poderia adoptar os seguintes passos:

1. Lembrar as diferenças entre os sexos. Neste ponto preliminar pode-se insistir não só nas diferenças anatómicas ou fisiológicas que condicionam o papel distinto na reprodução, mas também na necessidade de aprender a reconhecer e apreciar as diferenças objectivas neurológicas, psicológicas e também orgânicas que apresentam ambos os sexos, orientando-as para o respeito e a função de cada um.

2. Análise da realidade, mostrando que há casais que são felizes na sua relação e outros que não são. Pode avaliar-se as causas do fracasso da convivência analisando decisões com forte carga moral (traições, abandonos, situações de maus tratos...) e programar objectivos a longo prazo, não só a curto prazo como costumam ser as relações entre adolescentes, fomentando o desejo de encontrar uma relação interpessoal que favoreça um desenvolvimento afectivo e pessoal adequado.

3. Complementarmente, pode-se trabalhar na resolução de conflitos aprendendo a respeitar as diferenças e não a agredir-se. Evitar o negativo e promover o positivo da relação entre ambos os sexos através de exemplos de vida e reflexões pessoais trazidas pelos próprios destinatários da mensagem.

4. Avaliação de propostas morais sobre vivência sexual. Isto incluirá manifestar os dois modelos básicos de entender a sexualidade: sem compromissos (relações derivadas da liberdade e busca de prazer) ou compromissos (sexualidade orientada para a criação de laços estáveis e de um compromisso afectivo).

5. A interconexão entre sexualidade e procriação deve ser mostrada claramente e de um modo positivo, já que forma parte da vivência humana. Por isso além de comentar a existência de métodos naturais de planeamento familiar de eficácia provada, como informação objectivamente comprovada.

6. Imaginar o futuro. Podem-se convidar os destinatários da mensagem a elaborar a imagem do casal ideal, enfatizando as condições para o êxito: a necessidade de esforço, a coerência com os próprios ideais e ter claro o projecto vital.

Esta abordagem integral da sexualidade acarretará maior esforço pedagógico que o simplista de distribuir preservativos que reduz a sexualidade à mera reprodução, mas pode ser o que se mostre mais de acordo com uma educação afectiva em que os próprios valores sejam interiorizados pelos jovens livremente. »

(Em aceprensa.pt)

Outras abordagens, aqui.

quinta-feira, fevereiro 16, 2012

perguntas


Um dia, hei-de saber,
alguém me vai dizer.
Um dia.

Porque é que não nasci.
Porque não fui de alguém.
Porque é que fui ninguém.
Um dia.

Era feio?
Fui diferente?
Não dei jeito?
Um dia.

Amargo seio,
Um peito rente.
Não sei quem foi.
Não sei quem viu.
Mas sou inocente.

Talvez me contem tudo.
Talvez me salvem ainda,
Um dia.

Do nada, que é tudo o que me resta.
Talvez haja uma festa.
Não houve nenhuma,
Quando não me quiseram,
nem me amaram.

E não sei porquê.

Um dia.

quinta-feira, fevereiro 09, 2012

África

«Lavra um fogo no próximo Oriente e em África.
Assume inaceitáveis proporções de barbárie e catástrofe.
À intolerância étnica aliam-se grandes interesses económicos e promessas cumpridas de sectarismo religioso.

Perseguem-se e matam-se selvaticamente os pacíficos, que vivem e fazem a vida.
Sejam eles cristãos ou muçulmanos.

Viver a fé nesses calvários é descaramento punido com pena de morte.
E morte violenta e brutal.

Aqui andamos excessivamente preocupados e distraídos com outras coisas.
Dinheiro, o sol e a praia, bem-estar, regalias perdidas, buracos de ozono, protecção de animais.

Lá no Oriente Médio ou em África, o que está em extinção são pessoas.

O vento trás consigo os gritos aterrorizados dos nossos irmãos.
Mas, por entre o zoom das caixas registadoras, o ruído dos telemóveis e o barulho dos muitos discursos e debates, sindicais e parlamentares, o silêncio do Ocidente é ensurdecedor.

E conivente.

Um desastre a prazo.»

(Miguel Alvim, Advogado)

terça-feira, janeiro 31, 2012

Realidades

«- Olá irmão! Olha, achas que há vida para além do parto? Acreditas na mãe?
- Ná! Não acredito nessas coisas: eu sou ateu. Repara, tu já alguma vez viste a mãe?!»

terça-feira, janeiro 24, 2012

a estupidez não é crime ...


«a estupidez, e não só em Portugal, não é crime. É um modo de vida. E em geral lucrativo» (Nuno Pacheco, Público, 23 de Janeiro de 2012):

(...) «"agora", é assim que se escreve. No tal "bom português" que por aí se vende como sabonetes. Um exemplo recente: na edição dos contos de juventude de John Cheever ( Fall River e outros contos dispersos , Sextante, 2011), a mesma editora que dera à estampa os fulgurantes Contos Completos , em dois volumes e num português decente, cedeu à tentação da novilíngua. E o pobre Cheever é posto a "escrever" frases como esta (Pág. 134): "Oh, para com isso, Charles! - disse a Srª. Dexter, impaciente." Para com isso... fazer o quê, alguém explica? Cheever não pode, que já morreu. O tradutor também não, porque "é a lei" e ele não tem culpa nenhuma. A editora dirá o mesmo. E, como a vida não "para", temos que aturar isto.» (...)

«Por exemplo, em lugar de "greve geral pára o país", ficaria "greve geral para o país". Totalmente diferente, não? E como ficaria o título de uma das mais recentes crónicas de Miguel Esteves Cardoso, "Alto e pára o baile"? "Alto e para o baile"? A primeira manda parar de dançar; a segunda apela a que se dance. Que idiota terá sancionado isto?

Talvez todos. Talvez nenhum. O certo é que já se admite que, sim, talvez haja correcções ao acordo, não se sabe quando, mas esta poderá até ser uma delas. E o que sucederá depois, não nos dizem? Venderão os acentos à parte, avulsos, em bolsinhas de plástico, para colarmos nos livros antes assassinados por tamanha displicência? Pedirão desculpa? Indemnizarão os leitores? Serão presos? Nada disso sucederá, porque a estupidez, e não só em Portugal, não é crime. É um modo de vida. E em geral lucrativo. »

quarta-feira, janeiro 11, 2012

"As barrigas não se alugam"

(...)
«É claro que os avanços da ciência nos dias que correm já permitem o recurso a inúmeras técnicas que, nos últimos tempos, nos chegaram a tentar convencer que até os homens já podem engravidar.



A questão é que nem tudo o que o homem já sabe fazer deve pôr em prática e o caso das barrigas de aluguer é um desses casos. Não por impedimentos científicos, mas por questões éticas e morais, como sejam a de resolver o conflito entre duas mulheres que reclamam a maternidade de uma mesma criança, sendo que uma forneceu o óvulo e outra gerou, ao longo de nove meses na sua barriga, uma vida que, sem isso, não teria condições de sobreviver.»
(Raquel Abecassis, Rádio Renascença)