quarta-feira, dezembro 28, 2011

Figo Maduro


«Por morte do pai, em 2001, tive de equacionar quatro prioridades em relação à família, sem detrimento de nenhuma delas ao colocá-las por ordem numérica: tempo para os filhos; educação artística; dinheiro para nos sustentarmos; educação na fé católica.

Após ter sido professora de Inglês num colégio particular em Lisboa durante dois anos, em 2004, com os meus quatro filhos, mudámo-nos para Alcochete. Aqui, com alguma tranquilidade, pude ponderar melhor o futuro. Não obstante parecer evidente ter que me render a um protótipo de vida e a uma prototipa profissão, sabendo a priori o que isso significaria em falta de liberdade na gestão de tempo e em imprimir a dinâmica que queria, decidi não aceitar nenhuma das possibilidades de trabalho que me foram na altura sugeridas, e arriscar trilhar o nosso próprio caminho, com todos os riscos que uma tal decisão pudesse acarretar.

Atualmente sou gerente da empresa "FigoMaduro Unipessoal Limitada" cuja actividade é prestar serviços musicais e que tem por base uma família que sempre se dedicou à Música, composta por mim e os meus quatro filhos: João Maria (11); Madalena (13); Maria (15) e Luísa (17).

(...) esta foi a arte pela qual optei para se tornar aliada da educação que lhes queria proporcionar: é altruísta por natureza, porque não só feita para prazer de quem a faz, mas convida à partilha; é disciplinadora de hábitos e de gestão de tempo; requer perfeccionismo, por isso obriga à paciência e à humildade; molda um coração magnânimo, pois faz com que nos abramos outros mundos e a outras culturas. Tudo isto provocando um enorme prazer. O objetivo do FigoMaduro é, por isso, simultaneamente musical e educacional. Não se propõe, de que forma for e através dele, coagir qualquer um dos filhos a ser músico: sempre tiveram liberdade de escolha nos instrumentos que quiseram tocar e sempre terão liberdade para decidir as profissões que quiserem vir a desempenhar. Ainda que não houvesse oficialmente o grupo, existiria sempre o projeto. Entretanto, dois dos filhos optaram já pela via artística.

O crescimento do "FigoMaduro" tem sido gradual e ajustado à medida do que podemos corresponder, com a experiência que temos vindo a adquirir.

Em Julho de 2005 oficializámos o "FigoMaduro"; em Novembro de 2007 constituímos a empresa "FigoMaduro Unipessoal Limitada"; e em Novembro de 2010, lançámos o primeiro álbum*.
(...)

Em simultâneo, exerço funções de pai, mãe, dona de casa, música, empresária, secretária, manager e, desde que lançámos o CD, também editora. A sensação que tenho é a de quem começou há dez anos uma prova de pentatlo e que não pôde, ainda, recuperar forças.

Poder-se-ia pensar que os filhos não vivem a idade, dada a responsabilidade e o grau de exigência que lhes é pedido. No entanto, momentos tem havido que, ainda que fosse muito tentador aceitar esta ou aquela atuação, há que ter a fortaleza de dizer que não em benefício desse equilíbrio, em relação ao qual esforço-me por ser coerente. Em contrapartida, noutras alturas, e em detrimento de programas de fim-de-semana ou de uma festa, há que ter espírito de sacrifício, e dizer que sim. Para além disto, assumem uma atitude responsável em relação ao cumprimento dos deveres escolares, pelo
que me tranquilizam nesse aspeto.

Em suma: a crise de que tanto agora se fala, não nos suscita nenhuma novidade. Sempre fui educada a batalhar e alcançar objetivos por mérito próprio e, nesse sentido, posso afirmar que os filhos não fogem à regra.

(...)

Estamos especialmente gratos àquelas pessoas que nos contrataram, sobretudo particulares que, aquando do início, acreditando, confiaram.

Mas a grande mais valia terá sido a educação dos filhos que, através do Figo Maduro, lhes tem sido proporcionada, de tempo em família, de alegria, amadurecimento e desprendimento, de responsabilidade, rica de experiências e de contactos com todo o género de pessoas, de lugares que nunca poderiam ter conhecido, e a esperança que sentimos que semeamos, e nos é devolvida pela confiança que em nós depositam.

Pretendo com o que anteriormente foi relatado, demonstrar que é possível ambicionarmos algo em que acreditamos, ainda que remando contra a corrente, e que tudo devemos fazer para não sejam as circunstâncias adversas a impedi-lo. Crer e querer é tudo o que é preciso!» (Madalena Jalles)

quinta-feira, novembro 24, 2011

Proposta de alteração ao Orçamento com impacto neutro


«PROPOSTA DE ALTERAÇÃO AO ORÇAMENTO DE ESTADO COM IMPACTO NEUTRO»


«A Associação Portuguesa de Famílias Numerosas entregou na passada semana ao Governo uma proposta de alteração ao Orçamento de Estado com impacto neutro.

Tendo presente o facto de as famílias com filhos a cargo serem aquelas que, por possuirem um nível de despesas essenciais mais signifcativo nos seus orçamentos, e, por isso, muito menor capacidade de reduzir despesas, a APFN pretende que sejam tomadas medidas construidas especificamente para estas famílias por forma a garantir a equidade, e justiça, no esforço solicitado para enfrentar a actual crise.

Num parecer realizado por esta Associação à proposta de Orçamento de Estado para 2012 são destacados os seguintes aspectos:

O IRS ao continuar a não ter em devida conta a dimensão e as necessidades das famílias viola principios Constitucionalmente consagrados;

· As alterações que constam na Proposta de OE para 2012 fazem com que, para duas famílias com o mesmo rendimento, o potencial de imposto a pagar aumente em termos absolutos e relativos muito mais consideravelmente para as famílias com filhos a cargo, tanto mais quanto maior o número de filhos – por exemplo para uma família com 6 filhos a cargo, caso possua rendimentos que a enquadrem entre o 3º e o 6º escalão, poderá chegar a atingir um agravamento fiscal superior a 5.000,00 euros, enquanto que, para o mesmo rendimento e para uma família sem filhos a cargo, o agravamento potencial não ultrapassará os 2.700,00 euros;
· Todas as recentes medidas tomadas, nomeadamente, aumento do custo dos serviços e do IVA em bens essenciais como a electricidade, aumentos dos transportes e fim da comparticipação do estado nos passes, alterações nas taxas moderadoras e nos custos com a saúde, supressão dos subsidios de férias e de Natal dos funcionários públicos, etc, têm um impacto muito superior nas famílias com filhos a cargo.

Com base nestas evidências a APFN propõe uma alteração nos valores das deduções personalizantes: diminuição de 10% nas deduções personalizantes dos contribuintes e aumento de 40% nas deduções personalizantes dos dependentes.

Esta proposta foi construida a partir do estudo das deduções personalizantes liquidadas no ano de 2009, últimos dados publicados e disponíveis para tratamento e, segundo esta Associação, se esta alteração tivesse sido introduzida em 2009 o valor de deduções liquidadas teriam sido exactamente o mesmo do que foi e, tendo em conta que, o número de dependentes a cargo está a diminuir face ao número de contribuintes, não existe qualquer risco de que esta alteração contribua para um agravamento da despesa do Estado.

A Associação acrescenta que se trata de uma diminuição mínima nas deduções dos sujeitos passivos e uma pequena folga para as famílias com filhos a cargo que não é minimamente suficiente para compensar estas famílias do agravamento fiscal previsto neste OE mas que seria um sinal possível de uma verdadeira preocupação com a equidade e justiça na distribuição dos esforços da crise.»

(mais dados aqui)

domingo, novembro 20, 2011

O amor ao próximo como ferramenta de gestão


(...) «Não vale a pena ter políticas de responsabilidade social muito cheias de marketing - como limpar jardins ou pintar paredes de IPSS - se depois não se paga a horas. » (António Pinto Leite, entrevista, aqui)

sexta-feira, novembro 04, 2011

Discriminação contra os casados continua


Num blogue aqui ao lado: "Divorciar-se como meio de planeamento fiscal".

A factura elétrica das famílias portuguesas!

Ora bem, será que isto é real?!

Numa fatura de consumo elétrico de 100 €, as parcelas são as seguintes:

- IVA (6%) (agora de 23%) ....... 5,7 €

- Taxa para RDP e RTP (7%) ... 6,8 €

- Subsídios ................................. 53,5 €:

  • 3% harmonização tarifária dos Açores e da Madeira .................................................. 1,6 €
  • 10% rendas por passagem de cabos de alta tensão (Municípios e Autarquias) ................. 5,4 €

  • 30% para compensar operadores - EDP, Tejo Energia e Turbo Gás ...................................................... 16,1 €
  • 50% - investimento em energias renováveis .. 26,7 €
  • 7% - custos de funcionamento da Autoridade da Concorrência e da ERSE .............................................................................. 3,7 €

- Custo EFETIVO da eletricidade consumida ............................ 34,0


TOTAL ...................................................................... 100,0 €


Gostava imenso de me ter enganado nas contas ...

quarta-feira, novembro 02, 2011

A extinção dos europeus

(...) «Entre défices e dívidas, pouco se fala do que será, porventura, o maior défice que germina lentamente: o de natalidade.

Dele resultará um dos maiores problemas que legaremos aos vindouros: a insustentabilidade do actual modelo social público.» (...)

«Portugal ocupa a penúltima posição: 1,3 filhos por mulher. Em todo o mundo, pior só a Bósnia!» (...)

«Agora aproximamo-nos de 120 velhos por cada 100 crianças! As escolas fecham e os lares não chegam

O Estado Social só sobreviverá com uma primavera demográfica. Reduzir abonos, agravar custos de saúde infantil, eliminar deduções fiscais de educação é um sinal errado.» (...)

«Entretanto, a ameaça avança. Silenciosamente .»


(Bagão Felix, no Jornal de Negócios)

quarta-feira, outubro 19, 2011

Autarquias amigas da família

No próximo dia 19 de Outubro 29 municípios portugueses irão receber o prémio "Autarquia + Familiarmente Responsável 2011"


Estas autarquias são distinguidas pelas medidas de política de família postas em prática, quer dirigidas aos munícipes, quer dirigidas aos seus colaboradores, que têm ajudado as famílias com filhos a acreditarem que o apoio às novas gerações e a integração de políticas de apoio às famílias constituem a abordagem certa para consolidar o crescimento e a prosperidade de Portugal.


Nove municípos que irão receber uma especial distinção por terem recebido, sucessivamente, este prémio nos últimos três anos.

O número de municípios premiados tem aumentado desde 17 em 2010, para 29, neste ano.

segunda-feira, outubro 17, 2011

corte de 3 / 3 nas famílias

«aquela dicotomia ‘dois terços do lado da despesa/um terço do lado da receita' é verdade formalmente, mas são três terços do lado do rendimento disponível das famílias.

Porque tanto faz aumentar impostos como diminuir prestações e vencimentos.»

(Bagão Felix, em entrevista ao Diário Económico)

sábado, outubro 15, 2011

Neutralidade impossível


(...) «Um programa formativo em matéria sexual deveria ter sempre em conta o respeito à pluralidade de quem recebe a mensagem.

Ainda que seja desejável que a educação sexual pudesse ser oferecida no âmbito educativo a partir de uma estrita neutralidade, o certo é que não há um consenso social. Existem mesmo duas cosmovisões opostas de como deve viver-se a sexualidade.

Propostas divergentes

Por um lado, o exercício da sexualidade pode ver-se unido, por parte de muitas pessoas, à da "educação para os compromissos estáveis". Esta vivência implica a transmissão de valores muito concretos: autodomínio, fidelidade, compreensão, lealdade, abertura à transmissão da vida, transmitindo a própria afectividade aos filhos e assumindo novos compromissos e renúncias pessoais, etc., o que supõe referências contínuas ao mundo dos valores. Este tipo de educação, ao estar unida à formação do carácter, é mais própria para ser transmitida na relação pessoal de confiança entre pais e filhos.

Outra visão da sexualidade é a que se entende como "educação para a independência sexual", tendo como objecto principal os aspectos de prazer no exercício do sexo, minimizar os riscos de gravidez ou de infecções de transmissão sexual (IST), enfatizar o conhecimento das medidas de anti-concepção e a procura de experiências gratificantes, através do próprio corpo ou através de relações interpessoais que não têm porque ser necessariamente monogâmicas, centrando-se nos seus aspectos lúdicos e sem referência a compromissos implícitos nem explícitos. (...)

O Estado não pode legitimamente incorporar uma ou outra destas opiniões às suas competências educativas, já que pertencem ao âmbito da livre discussão de ideias dos cidadãos. Isto fundamentaria, por tanto, a necessidade de salvaguardar a neutralidade ideológica do Estado perante as duas cosmovisões. As mensagens dirigidas a preservar a saúde, se não são verdadeiras, podem ser qualificados como "publicidade enganosa".» (...)
(Citado de Aceprensa e Cuadernos de Bioetica)

sexta-feira, outubro 14, 2011

Estado (continua) anti-família


«O Estado tem contribuído para uma desagregação social de resultados incontroláveis, ao atacar o valor social das Famílias, o seu desenvolvimento e promoção, em prol de realidades marginais caracterizadas pelo individualismo e que não acrescentam valor à sociedade», afirma a confederação [Nacional das Associações de Família] em comunicado, reagindo às medidas previstas no Orçamento de Estado 2012, apresentadas pelo Governo.» (...) (Notícia no Sol)

terça-feira, outubro 04, 2011

Famílias "electrocutadas" pelo Estado


«Famílias electrocutadas pela República

Comunicado da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN):


1. Na altura em que aproxima o agravamento significativo da factura doméstica de gás e electricidade por efeito do colossal agravamento do respectivo IVA, importa recordar um outro escândalo.

2. Actualmente, por cada 100 EUR de electricidade que adquirem, as famílias portuguesas têm que pagar mais 65 EUR por "Redes", ainda mais 129 EUR por chamados "Custos de Interesse Económico Geral" (CIEG) e ainda mais 18 EUR de IVA, num total de 312 EUR. Note-se que o IVA recai sobre todas estas parcelas.
Isto quer dizer que, por cada 100 EUR de electricidade, que efectivamente adquirem, consomem e pagam, as famílias portuguesas têm que pagar mais do triplo desse valor. Dito por outras palavras: em cada factura doméstica de electricidade, aquilo que efectivamente corresponde ao consumo efectivo das famílias e, portanto, à sua responsabilidade pessoal e gestão familiar, é menos de um terço do que lhes é imposto pagar.

3. Tudo isto acontece com a bênção de um organismo da República (a quem os portugueses pagam através dos seus impostos) designado por "Entidade Reguladora do Serviço de Electricidade" (ERSE).

4. Este esbulho escandaloso foi, em devido tempo, denunciado pela DECO, que tomou a iniciativa de lançar uma petição, petição essa que, em apenas 15 dias, ultrapassou o número de 150.000 subscritores.

Esta iniciativa teve o claro aplauso do Parlamento;

5. Porém, infelizmente, como tantas vezes acontece... nada aconteceu. Neste caso, em virtude de, entretanto, a Assembleia da República ter sido dissolvida, o processo relativo a essa petição acabou por não ter o seguimento desejado.

6. Passadas as eleições, estamos, contudo, ainda pior. Na verdade, pouco tempo passado sobre aquele "aplauso" parlamentar às justas denúncias da DECO, eis que os portugueses são surpreendidos pela aprovação pelo Governo e Parlamento da República do aumento do IVA da electricidade para 23%, sem qualquer exoneração dos outros custos exorbitantes que pesam, mês a mês, nas facturas domésticas de electricidade.

Isto é, recorrendo ao mesmo exemplo de 100 EUR de electricidade, a parcela do IVA passará de 18 EUR para 68 EUR, fazendo com que uma factura de 100 EUR de electricidade passe dos actuais 312 EUR para 362 EUR!!!! Noutra óptica: a electricidade efectivamente consumida e gerida pelas famílias vai corresponder a menos de três vezes e meia daquilo que lhes vais ser imposto pagar!

O lema não é o conhecido "pague um e leve dois", mas "leve um, pague três e meio".» (...)

segunda-feira, setembro 12, 2011

Cultura mortal


(...) «no Portugal progressista de 2011, uma mulher que dá à luz é menos protegida do que uma mulher que escolhe abortar» (...)

Henrique Raposo, Expresso de 5 de Setembro de 2011

quarta-feira, agosto 31, 2011

Mais do mesmo (e o mesmo do costume)

Publicado no Diário do Minho (31-08-2011):

«A Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN) manifestou ontem «preocupação»
face ao «colossal aumento de bens de primeiríssima necessidade » e queixou-se que a dimensão
das famílias foi «ignorada para o cálculo do “rendimento mensal equivalente”».


«Vemos com preocupação o colossal aumento de bens de primeiríssima necessidade, como é o caso da electricidade, gás e transportes públicos, que, obviamente, serão tanto maiores em valor absoluto quanto maior a dimensão da família e mais elevado o número de dependentes a cargo», alega a APFN.


(...) « estas medidas não terão obrigatoriamente que agravar a injustiça, aumentando ainda mais a pressão sobre as famílias com maiores encargos de primeira necessidade, de forma desproporcionada relativamente às que têm menores encargos e, como tal, maior folga orçamental».


A APFN (...) «foi com enorme surpresa que tomou conhecimento de que a dimensão das famílias foi totalmente ignorada para o cálculo do “rendimento mensal equivalente”, o que fará aumentar ainda mais a fortíssima política anti-família e anti-natalista a que as famílias com filhos têm vindo a ser submetidas».

«O desprezo pelo Governo da dimensão do agregado familiar será uma omissão colossal.» (...)

Mais um argumento para os que pensam que os dois maiores partidos que têm governado o país não são assim tão diferentes ...

domingo, agosto 28, 2011

Agressão sonora

(...) Sexta, sábado e domingo, há, em Carnide, a partir de Maio, uma festa ou um baile, com uma espécie de música devastadora e penetrante, que não deixa dormir ninguém num raio de, pelo menos, dois quilómetros.

Nunca a polícia interveio neste simpático exercício, que, suponho, considera inócuo e perfeitamente legal. Reparei agora que este hábito se estendeu pela província, perante a benevolência de autoridades que sofrem de insónias ou que não querem interferir com a democracia.

Num Estado que proíbe tudo e regula tudo, a privacidade não conta. Só somos livres dentro de casa e com isolamento de som. A rua é de quem toma conta dela.»
(Vasco Pulido Valente, no Público)

Alerta vermelho

(...) « Ben Bernanke, presidente da Reserva Federal, o banco central dos Estados Unidos, [diz] que não há muito que a instituição que dirige possa fazer para reforçar o crescimento económico e apelou aos líderes políticos americanos que façam mais para estimular a criação de emprego e o mercado imobiliário.
Lagarde, [actual presidente do FMI] por seu lado, salientou a necessidade de “uma nova abordagem, baseada numa acção política forte, com um plano abrangente que englobe todas as alavancas políticas, a implementar globalmente de forma coordenada”.

A directora-geral do fundo disse que as opções políticas são mais reduzidas que em 2008 e que “não há soluções fáceis, mas isso não significa que não existam soluções”, destacando, sobretudo, a consolidação fiscal e políticas macroeconómicas que estimulem o crescimento.» (No Jornal de Negócios)

sábado, agosto 27, 2011

Ciências da Complexidade

(...) « "há cursos que não têm qualidade, são completamente inúteis e enganam as famílias".

A culpa? Para José Morgado é do Ministério da Educação, que se "demitiu de controlar as escolas do ensino superior", uma demissão "negligente e terrorista", ao deixar que as escolas de ensino superior proliferassem de norte a sul do país "sem controlo" nem fiscalização dos cursos que cada uma oferece.

"Criam-se cursos, dão-se nomes diferentes, mas no mercado de trabalho o impacto será diferente." A título de exemplo, o professor faz notar que tirar um curso de Ciências da Paisagem não é a mesma coisa que ter uma licenciatura em Arquitectura Paisagista. E questiona: "O que é que um tipo formado em Ciências da Paisagem vai fazer? Vai para o desemprego."

O docente do ISPA confessa ainda ter ficado perplexo ao encontrar cursos como o de Ciências da Complexidade na lista da oferta formativa.

Em Portugal há 1181 cursos distribuídos por 271 estabelecimentos de ensino superior» (...)

Citado do i , entrevista a José Morgado Professor no ISPA.

sexta-feira, agosto 26, 2011

liderança


(...) «perigos da liderança. O elemento comum a todos é a sensação de invulnerabilidade da qual resulta uma vertigem de poder infinito. Por vezes, quando se está no topo, parece não haver limites. De onde decorrem três perigos: (1) os líderes poderosos afrouxam para si os quadros morais que exigem aos outros; (2) revelam uma propensão para não olhar a meios; (3) alargam o seu poder em vez de o limitarem.

Ora os líderes sábios fazem o oposto: (1) aplicam a si mesmos os quadros que querem que os outros sigam. Eles sabem que constituem um exemplo e que os outros seguirão esse exemplo, seja ele bom ou mau; (2) sabem que os meios não justificam os fins ("Adoro a competição", dizia Murdoch, que acrescentava: "E quero ganhar"); (3) restringem o seu poder. Conscientes do apelo do canto das sereias, pedem para ser amarrados ao navio.

Os líderes sábios acabam pois por controlar o seu próprio poder. Rodeiam-se de pesos e contra-pesos. São cautelosos e sabem que no meio está a virtude.» (...)

Retirei isto do Jornal de Negócios, um artigo de Miguel Pina e Cunha.

quinta-feira, agosto 25, 2011

Para pensar

JPP, no Abrupto:Link
«No primeiro dia dos incidentes em Londres, antes de se formar a vaga maciça de repúdio pelos seus autores, – também, meus amigos, em si mesma um “movimento social” –, uma menina da televisão portuguesa falava da “indignação” da “população” londrina contra os cortes nos programas sociais, em particular para a ocupação dos jovens, motivo tido como próximo dos tumultos. Durante os dias seguintes, a mesma jornalista manteve um tom próximo do inicial, oferecendo-nos aquilo que podia bem ser a visão do Bloco de Esquerda britânico (existe e são trotsquistas) resistindo mesmo a um mínimo bom senso nos relatos que fazia.

Depois, mudou, com a onda, mas percebia-se que o seu entusiasmo esmorecera. Pelos vistos a “população” que se tinha “indignado” contra a polícia, dedicava-se a roubar plasmas e telemóveis. Deveria estar mais atenta aos trabalhistas britânicos, cujos deputados eleitos nos bairros onde começaram os tumultos foram dos primeiros a condenar violentamente o que se estava a passar e a pedir punição exemplar. Eles sabiam muito bem o que é que os seus eleitores pobres, étnicos, trabalhadores, pensavam da “população” que tanto entusiasmava a jornalista»

O ruído, assasino do pensamento

«O ruído é a mais impertinente de todas as interrupções porque interrompe o curso do nosso pensamento e chega mesmo a cortar-lhe o fio. Mas quando não há nada para interromper, é evidente que não pode ser sentido como um incómodo particular»
(Arthur Schopenhaeuer, 1788-1860)

domingo, agosto 07, 2011

educar para a eco-austeridade


(...) « ideias para transformar as suas idas ao supermercado em lições de vida para os seus filhos.

Distinga entre aquilo que apetece e aquilo de que precisamos. Quando um miúdo vê um brinquedo que realmente quer, ele muitas vezes acredita que precisa dele. Tente ensinar-lhe a diferença. Uma forma de não mimar demais os seus filhos é ensinar-lhes que aquilo de que necessitamos é importante e aquilo que nos apetece é supérfluo. Assegure-os que fará o seu melhor para lhes oferecer aquilo de que eles necessitam. Deixe para os amigos e familiares, nas alturas de aniversário e Natal, para lhes darem o que eles querem.

Evite comprar brinquedos e/ou roupas caras e de marca. Isto ajuda a desenvolver a ideia de distinguir o "apetece" do "preciso".

(...) A sua filha gostava imenso de dormir num pijama com as princesas da Disney nele desenhadas, mas convenhamos que dormirá tão bem num pijama Zara que custa metade do preço. (...) Explique isto aos seus filhos. Não se trata apenas de gastar mais uns euros nisto ou naquilo. Trata-se sim de adoptar um pensamento racional em relação a desejos imediatos. (...)

Adie a gratificação. Os nossos filhos estão a crescer numa geração que vive do imediato e que se está a tornar impaciente - eles têm acesso a fotografias instantâneas, mensagens instantâneas e filmes instantâneos. Ensine-os a esperar pelas coisas que eles querem mas de que não precisam. As probabilidades dizem que, se o fizer esperar, por um período determinado, por certa coisa (3 ou mais meses) o seu desejo por essa coisa vai diminuir, ao ponto de se esquecerem dela. Se, depois de um longo período de espera, eles finalmente têm o que querem, os seus filhos vão usufruir e apreciar mais essa mesma coisa.

Faça compras com uma lista, e tudo o que não estiver na lista não compre. Isto ajuda a controlar as chamadas compras por impulso e torna claro para os seus filhos aquilo que lhes vai ou não comprar. Mantenha-se longe das secções de doces e de brinquedos, a não ser que estes façam parte da sua lista de compras. Isto poupar-lhe-á algum tempo e dará menos ideias aos seus filhos de coisas que eles queiram.

(...)
Ensine aos seus filhos o valor do euro. Quando o seu filho tiver idade suficiente para usar o dinheiro, dê-lhe uma pequena mesada. Como diz o ditado, "para ensinar o seu filho o valor de um euro, dê-lhe um cêntimo". Dê-lhe uma determinada quantia de dinheiro mensalmente ou de dois em dois meses, para que ele tenha que esperar um tempo para que possa gastar o dinheiro. Nunca lhe dê um adiantamento. (...)

Recorde-o que o pouco é muito. É muito melhor dar aos seus filhos brinquedos educativos e de grande qualidade do que encher o quarto deles de brinquedos baratos que se partem facilmente e que em relação aos quais eles perdem rapidamente o interesse. Quanto menos brinquedos o seu filho tiver, mais os vai apreciar. (...)

Resista à pressão. Um dos argumentos mais persuasivos que uma criança pode usar para o convencer a comprar qualquer coisa ridiculamente cara é dizer "toda a gente na escola tem. Eu vou ser o único a não ter". Aqui terá uma oportunidade excelente para construir a atitude do seu filho perante as pressões dos pares. Mas primeiro deve preparar-se a si próprio para resistir à pressão dos outros pais, família e amigos. Esteja preparado para enfrentar a crítica de outros pais, família e amigos.

Partilhe com os seus filhos as razões para não comprar um determinado brinquedo muito popular e diga aos seus filhos que os está a educar de acordo com os seus padrões e de acordo com aquilo em que acredita, não com os padrões dos outros.

Mantendo-se firme, estará a ajudar o seu filho a viver de acordo com os seus princípios, sem ceder a pressões. Na adolescência, quando os colegas o pressionarem para beber ou tomar drogas, terá mais esperança que eles estejam acostumados a não fazer tudo o que os outros fazem e manterem-se firmes nas suas convicções. E isto ensinar-lhes-á também que o valor de uma pessoa advém não daquilo que ela tem mas sim daquilo que ela é.

Desenvolver uma atitude agradecida. Comparando com todas as crianças do mundo, os nossos filhos são extremamente privilegiados. Os nossos filhos usufruem de mais brinquedos, comida, conforto e mordomias, até mais do que os filhos de reis e rainhas de outros tempos. Além disso, enquanto o nosso filho se debate sobre que sabor de gelado escolher, outras crianças, do outro lado do mundo, estão a morrer à fome.

(...)
Modere e restrinja os seus próprios gastos. Faça um orçamento e mantenha-se fiel ao mesmo. Evite compras desnecessárias. Arranje forma de viver de maneira mais simples. O seu exemplo fala mais do que qualquer palavra.

Dizer que não a todas as coisas que o seu filho não precisa, numa base regular, não é fácil ou divertido. Na verdade, dá grande prazer a todos os pais ver a cara de alegria dos filhos quando eles têm um brinquedo novo ou qualquer outra coisa que eles desejem muito. Mas estes "nãos" são, na verdade, grandes "sins".

Eles são sins para as vozes da consciência e da razão. Sim contra a pressão dos pares. Sim em crescer em paciência e domínio sobre aquilo que se deseja. Sim à responsabilidade financeira e à liberdade. E sim a uma felicidade que dura muito mais do que bens materiais e fugazes.» (Mary Cooney, em aceprensa.pt)

quinta-feira, julho 21, 2011

Sociedade sem sexos

Em Estocolmo (na Suécia) o jardim infantil Egalia proibiu que os menores a seu cargo sejam tratados como rapazes ou meninas, para que cada um "escolha" desde a infância a sua "orientação sexual".

Este centro apresenta-se como sendo o projeto mais radical a favor da ideologia de género e contratou um “pedagogo de diversidade sexual” para ajudar os professores e funcionários a eliminarem as referências masculinas e femininas, quer da linguagem, quer na conduta.

Conforme opina o Forum Libertas.org, "a escola Egalia não considera os meninos como meninos, nem as meninas como meninas, mas para eles tudo é neutro". Os professores eliminaram "por completo o uso de palavras como ele e ela, e em seu lugar utilizam o pronome finlandês hen, que, ao ser neutro, serve tanto para referir-se a um homem como a uma mulher".

A escola diz que depois de um ano de funcionamento já tem uma lista de espera de 200 famílias que esperam uma vaga. "Quem são os principais alimentadores desta escola? Os casais homossexuais", respondeu a agência.

"A sociedade espera que as meninas sejam frágeis, gentis e bonitas e que os meninos sejam machos, ásperos e extrovertidos. Na Egalia nós damos-lhes a fantástica oportunidade de serem quem queiram ser", afirma Jenny Johnsson, uma das professoras.

Em declarações à ACI Prensa, a médica psiquiatra Maíta García Trovato, explicou que esta situação "além de ser absurda, poderia até configurar uma forma de maus tratos infantis" e recordou que "as crianças não são porquinhos da Índia para serem submetidos a este tipo de experimentação social".

"A tentativa de introduzir a ideologia de género logo nos primeiros anos de vida, é uma das estratégias desenhadas pelos promotores desta ideologia. No afã de "lutar contra os estereótipos", esquecem coisas tão óbvias como a diferença sexual, que faz a complementaridade de duas pessoas e as leva a formar um bem que todas as sociedades protegem - a família - por ser o habitat mais natural e adequado do ser humano: ".

Expor às crianças a possibilidade de "escolher" o género "é um despropósito e o único que conseguiria seria negar uma identidade à qual todos temos direito, desde que tomamos consciência de quem somos: a identidade sexual".

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Ou seja, desistiram (cobardemente, diria eu ...) de lutar por uma sociedade sem classes e, agora, querem impor uma sociedade sem sexos ...

segunda-feira, julho 04, 2011

Famílias reclamam igualdade de tratamento

(...) As famílias com filhos são as que, de forma desproporcional, têm sido mais atingidas pelas restrições financeiras impostas pela crise, quando são aquelas que têm um maior número de despesas essenciais (pelo que uma menor capacidade de encolher as despesas), e são também as que terão mais dificuldades em situações de desemprego, de doença, etc?

Assim mais uma vez reafirmamos 10 desafios que irão ser entregues a este Governo.

A nossa mensagem é simples: para garantir o futuro precisamos de mais crianças e jovens e de crianças e jovens bem preparadas e educadas, com capacidade de enfrentar os desafios de amanhã. (...)

(Comunicado da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas)

segunda-feira, junho 20, 2011

Como falar da morte às crianças

Traduzido e adaptado de aciprensa:

Em Outubro do ano passado tivemos uma série de infortúnios na família. O mais importante foi a morte do meu sogro e foi motivo de longas conversas entre a minha esposa, os filhos e eu.

O meu sogro vivia connosco já há alguns anos, tinha oitenta e um anos e era o mais velho da casa. Morreu sem ter tido nenhuma doença especial, sem grandes avisos, não nos dando tempo para nos prepararmos. Ficámos confrontados tanto com a dor, como com a dificuldade de dar a notícia aos nossos filhos.

Demo-nos conta de que mesmo quando nós adultos nos tentamos preparar para a falta dos familiares que nos são mais próximos, raramente pensamos em como ajudar os mais novos nesse transe.

Deixamos aqui algumas experiências:

  • Explicar o que sucedeu de forma clara aos filhos. Não é boa ideia dizer que a pessoa que morreu foi em viagem, ou que está adormecida. Em ambos os casos as crianças ficarão na expectativa de que a pessoa irá regressar ou acordar. Sabe-se que algumas perturbações do sono em crianças está associada ao medo de adormecer e morrer. Não se deve ter medo de usar a palavra "morte" nem "morto" - as crianças mais velhas entendem bem estes termos e sentem-se mais seguras por perceber de que estamos a falar.
  • Não é útil descrever com muitos pormenores como ocorreu a morte: deve explicar-se de forma clara, mas breve.
  • Devemos estar disponíveis para ouvir e intuir os sentimentos dos mais pequenos. Alguns sentem culpabilidade pela morte dos familiares. É útil explicar com clareza que aquilo que eles tenham dito, ou pensado, não provoca a morte a ninguém.
  • O entendimento que as crianças têm da morte varia com a idade. Os rapazes só entendem o significado da morte depois dos 3 anos, em geral. Dos 3 aos 5 anos, tendem a considerar a morte como um estado temporário, e reversível. A partir dos 5 anos já entendem que a morte é uma situação definitiva, mas só pelos 10 anos é que lhes ocorre que também eles próprios podem morrer.
  • A partir dos 10 anos entendem que a morte toca a todos.
  • Isto não é matemático: há muitas variações e, geralmente, as crianças que passaram pela situação de morte de um ser próximo geralmente têm uma compreensão mais profunda da situação.
  • Ficámos convencidos de que não devemos impedi-los de participar no velório e no enterro, mas apenas se o quiserem, livremente, fazer. Verificámos que a sua participação, voluntária, foi uma ajuda boa para eles próprios e para os outros.
  • Não se deve ter vergonha de chorar na frente dos filhos: eles entendem e sentem-se acompanhados na dor, mas as cenas (escandalosas) de gritos e sinais de desespero criam neles uma imagem muito negativa.
  • Devemos deixá-los expressar a sua dor. Podemos até ajudar comunicando-lhes como nós também sentimos essa pena. Isso evita algumas situações de dor não expressa, manifestada através de pesadelos, dificuldades de concentração, etc.
  • As crianças sentem-se mais acompanhadas com um abraço do que com explicações.
  • Para os que têm fé, é uma oportunidade de explicar em que consiste a esperança da reunião de todos na presença do Pai Comum.

segunda-feira, maio 16, 2011

País em vias de extinção

«Já tudo se disse sobre o memorando de entendimento entre Portugal e as organizações internacionais. Temos aí um plano, exigente mas equilibrado, para regressar à solidez financeira e crescimento económico. Basta que o próximo governo o assuma como prioridade e vença os grupos de pressão, aqueles que nos trouxeram a esta situação e ainda estão vivos e activos para se protegerem dos cortes.

O mais espantoso neste processo é que, na miríade de comentários, mal se tenha falado do pior problema estrutural do país que, apesar de compreensivelmente alheio ao memorando, está por baixo de boa parte das dificuldades actuais: a decadência demográfica. Portugal tem a taxa de fertilidade mais baixa da Europa ocidental, quase metade do nível de reposição das gerações. Somos um país em via de extinção.» (...)

«A ausência de crianças e jovens, que afecta o sistema educativo há anos, sente-se já em múltiplas outras áreas. Falta de produtividade, envelhecimento da população, problemas de segurança social, saúde, assistência, etc., são crescentes. Até a solução da dívida, poupar mais e trabalhar melhor, fica difícil num país com percentagem crescente de idosos.» (...)

«Nos últimos anos, o Governo teve uma posição clara e empenhada neste assunto, com decisões fortes e incisivas. Facilitou o divórcio, subsidiou o aborto, promoveu o casamento homossexual, criando assim a mais maciça campanha de ataque e desmantelamento da família da nossa história. Dados os resultados, pode dizer-se que, pelo menos aqui, a política governamental foi um grande sucesso e o Executivo pode orgulhar-se. Deu mesmo cabo do País!» (...)
(J César das Neves, DN, 16 de Maio)

sexta-feira, maio 13, 2011

"Os professores como factor determinante do sucesso escolar"


(...) «Nos últimos anos, tem sido repetidamente demonstrado, nas análises mais cuidadosas das variáveis que afectam o sucesso dos alunos, que o factor que mais influencia a relação escola - sucesso dos alunos é o professor e a qualidade das suas práticas.

Compreendeu-se também que esta ligação entre o ensino e a aprendizagem funciona melhor quando os professores são actores empenhados no processo e não se limitam a um papel de agentes.

Porque uma reforma, um programa, uma medida só é eficaz, na medida em que as pessoas são eficazes. Dizendo de outro modo, uma reforma é tão eficaz quanto as pessoas são eficazes.» (em aceprensa.pt)

Uma nova diáspora portuguesa

(...) «Portugal surge claramente acima da média em termos de predisposição dos jovens em terem uma experiência profissional no estrangeiro, de facto 25% admitem mudar de país numa perspectiva de longo prazo (igual à média europeia) e há ainda 32% que desejavam ter uma experiência temporária no estrangeiro (mais 4 pontos que a média europeia).

Ao todo temos 57% dos nossos jovens predispostos a trabalhar fora do país um valor acima dos 53% da média europeia. (...) No jornal Economia & Finanças, aqui.

sexta-feira, maio 06, 2011

A viragem do século no Reino Unido (e cá?)

(...) «Quase um ano depois da chegada de David Cameron ao número 10 de Downing Street, a sua visão da Grande Sociedade tem vindo a adquirir perfil»

Mas qual?

«A Grande Sociedade era nessa altura um projecto difuso na mente de Cameron. Havia, evidentemente, uma ideia clara: devolver aos cidadãos e às comunidades locais parte do poder que tinha vindo a ser acumulado pelo Estado na era trabalhista.

Cameron tem as coisas definidas: acabaram os entraves burocráticos da era trabalhista; agora é preciso favorecer a diversidade e a escolha

Mas o conjunto de ideias que acompanhavam essa mensagem central não eram demasiado concretas. Cameron -assegurava- queria promover o voluntariado, a iniciativa dos cidadãos, os valores familiares e a responsabilidade cívica.


Talvez o que desse maior coerência ao seu programa fosse a ideia de que a sociedade britânica estava quebrada e tinha de ser recomposta entre todos; uma espécie de "do it yourself" comunitário.

(...) A versão de alguns tories (...) é que o permissivismo dos trabalhistas, juntamente com uma política fiscal que privilegia a instabilidade familiar, tinha potenciado certos problemas como a dependência dos subsídios, o crescimento das taxas de divórcio ou o enfraquecimento dos vínculos sociais.

Outros tories, pelo contrário, preocupavam-se mais com a proliferação de regulamentações estatais durante os treze anos de governo trabalhista (acentuada, sobretudo, na fase liderada por Gordon Brown). (...) Para os críticos de Cameron, a Grande Sociedade é uma bonita maquilhagem para justificar os cortes orçamentais

(...) Em síntese, poder-se-ia dizer que durante a campanha eleitoral, a visão da Grande Sociedade tinha bastantes ingredientes para conseguir o apoio dos votantes. Em primeiro lugar, porque era uma ideia inclusiva: embora se definisse em oposição ao Estado Providência dos trabalhistas, apelava aos cidadãos com a ideia de que "disto tratamos nós todos". E, em segundo lugar, porque presentava valores e princípios positivos.

Também era uma ideia astuta, pois apresentava uma saída digna -e, de alguma maneira, uma justificação teórica coerente- para os futuros cortes orçamentais que o novo governo teria necessariamente de efectuar. Se a partir de agora a iniciativa seria dos cidadãos... que ninguém fosse a seguir solicitar dinheiro a Cameron.

(...) Aprovada em Julho passado, a Lei das Academias possibilitou que pais, professores, empresários, igrejas e organizações de beneficência criassem novas escolas, com financiamento público, sem que as autoridades educativas locais pudessem vetá-las

Em Novembro, o governo publicou um Livro Branco onde acrescentava novos incentivos à variedade de escolas e à liberdade de escolha. Além disso, propunha envolver mais as escolas públicas na preparação dos seus professores, dando àquelas uma maior autonomia

Depois da educação, chegou a vez da saúde. A medida mais significativa da reforma proposta por Cameron em Janeiro deste ano, consistia em transferir a gestão de 80% do orçamento do sector da saúde que se encontrava nas mãos das autoridades sanitárias locais, para consórcios formados por clínicos gerais, que se iriam juntar de modo a contratar serviços de hospitais e especialistas. O seu trabalho seria supervisionado por um novo órgão independente


Se acabasse por ser aprovada pelo Parlamento, a reforma permitiria aos médicos da Inglaterra (as outras partes do Reino Unido têm os seus próprios sistemas de saúde) decidir onde é necessário mais dinheiro e onde deve haver cortes. Além disso, os consórcios seriam autorizados a contratar serviços de empresas privadas que passariam a competir com a administração pública de saúde.

(...) Tendo em conta estas medidas, é evidente que Cameron está a ser coerente com a sua visão da Grande Sociedade. Outra coisa é o facto dos cortes que estão a ser efectuados pelo seu governo serem motivo de discussão. Neste sentido, é interessante a crítica que lhe fazem algumas organizações de beneficência (teoricamente, simpatizantes potenciais da Grande Sociedade).

A crítica pode resumir-se assim: por um lado, Cameron quer que os cidadãos façam voluntariado e que se envolvam mais na actividade quotidiana dos seus bairros; por outro lado, corta as ajudas económicas às organizações de beneficência.

Para a revista The Economist (10-02-2011), esta polémica pode levar a que o programa da Grande Sociedade não seja mais do que uma bonita maquilhagem para justificar os cortes, e que Cameron talvez esteja à espera que os cidadãos façam gratuitamente o trabalho que costumava ser feito pelo governo.

Em relação com esta polémica, conta o jornal The Telegraph (14-02-2011) o confronto havido entre Cameron e Sir Stephen Bubb, director da Association of Chief Executives of Voluntary Organisations, numa reunião realizada no mês de Fevereiro em Londres.

"O senhor tem paixão [pela Grande Sociedade]", atirou sir Bubb a Cameron. "E eu tenho paixão pelas organizações de beneficência; e quando observo que alguém faz cortes nas suas ajudas, e o seu trabalho nas comunidades vulneráveis enfraquece, digo que isso não está bem".

Mas Cameron não se intimidou facilmente. Aproveitando dados publicados durante essa altura -mais de 220 responsáveis por municípios têm um salário superior ao do primeiro-ministro (142.500 libras em 2010) e, pelo menos, mil funcionários ganharam nesse ano mais de 1.000 libras- argumentou que o governo não tinha outras opções devido ao elevado défice público.

"Contudo -acrescentou-, as autoridades locais têm margem de manobra e podem decidir a que destinam os seus orçamentos. Por isso, estamos a pedir-lhes com firmeza que cortem no seu aparelho burocrático e baixem os seus salários, antes de fazerem cortes às ajudas concedidas às organizações de beneficência".

(...) Dias depois da polémica revelada pelo The Telegraph, o mesmo diário -de orientação conservadora- publicou um artigo assinado por Cameron onde anunciava a publicação de um Livro Branco dirigido à modernização do sector público britânico.

Este documento, que irá ser publicado em breve, pretende possibilitar que as empresas privadas assumam a prestação dos serviços públicos (com excepção da segurança nacional e da justiça) de modo a "substituir o monopólio do Estado por um sistema mais competitivo e eficaz".

Ter-se-á de esperar para ver o que diz o documento. Mas se, no final, a sua visão da Grande Sociedade se reduzir à eterna discussão Estado vs. mercado, seguramente irá defraudar um amplo sector do Partido Conservador.

E não é porque não estejam de acordo com esta ideia -estão-no-, mas porque na formulação original da ideia da Grande Sociedade estava presente um discurso ético que agora praticamente desaparece: o de impulsionar os valores familiares e os vínculos comunitários.

Dizia-o a seu modo o próprio Cameron no seu artigo: "Para nós, devolver o poder aos cidadãos em detrimento de Whitehall [sede do governo britânico] e modernizar os serviços públicos, são aspectos mais significativos da Grande Sociedade que o trabalho que estamos a realizar para estimular a acção social".» (Publicado em aceprensa)

sábado, abril 30, 2011

ONU afirma importância do pai na família

«O relatório sobre o papel dos homens na família (Men in Families and Family Policy in a Changing World), recentemente divulgado pelo Departamento de Assuntos Económicos e Sociais da ONU, afirma que "a vinculação e a atenção do homem são importantes tanto na vida das mulheres como na dos filhos" (...)

«Os efeitos benéficos da presença dos homens na família incidem especialmente no grau de desenvolvimento intelectual e emocional dos filhos, tanto dos rapazes como das raparigas. Demonstrou-se, por exemplo, que a presença e vinculação do pai influi positivamente nos resultados dos testes cognitivos e linguísticos realizados por crianças da pré-primária: as que contam com a presença do pai apresentam melhores resultados que as que dela carecem.»

"A vinculação e a atenção do homem são importantes tanto na vida das mulheres como na das crianças", sublinha.

«Até a relação entre pai e filho tem grande importância na saúde psíquica dos filhos.

Segundo o relatório da ONU, a disponibilidade e a vinculação paternas têm um efeito modulador da agressividade no caso dos rapazes, em grande parte devido ao facto de o homem exercer a sua paternidade segundo um modelo de conduta masculina culturalmente adequado.

No caso das raparigas, a presença do pai reflecte-se numa maior segurança em si mesmas, em níveis mais baixos de comportamentos sexuais de risco e em menos dificuldade para fomentar e manter relações sentimentais.

O estudo identifica também alguns benefícios indirectos derivados de um maior compromisso do homem na família. Entre outros, as mulheres admitem que se sentem menos stressadas, inclusive nos aspectos relacionados com o cuidado dos filhos.»
(citado do serviço de informação aceprensa.)

campanha eleitoral de "custo zero"

Os partidos "do sistema" não aderiram ao apelo do MEP para uma campanha eleitoral de "custo zero".

Há com certeza motivos para isso, mas devem ser difíceis de explicar a quem deixou de receber subsídios de apoio, ou a quem teve o ordenado reduzido.

"uma vida pública de meia bola e força"

Pacheco Pereira e o seu realismo pessimista:

(...) «a ignorância e os péssimos hábitos intelectuais pesam mais, porque estes taliban valorizam muito pouco o rigor, o estudo, o pensar.

A maioria das citações que circulam ou são manipuladas para ganharem "força", uma prática comum na comunicação social, ou são pura e simplesmente falsificadas para servirem o escândalo que se pretende.

Quase tudo está fora do contexto e a ignorância sobre biografias, posições, história dos problemas, pura e simples memória, e muita asneira e erro grosseiro circulam sem verificação.

Um estilo quase habitual de manipulação e exagero serve uma vida pública de meia bola e força. Vale tudo, porque para muitos autores de blogues políticos, existir é hoje arregimentar-se e "militar", no sentido original do termo.


Hoje os establishments dos partidos têm forte representação nos blogues, quer do PS, quer do PSD. O PS beneficia dos meios da governação, o PSD do cheiro a poder. À osmose dos vícios partidários soma-se a facilidade com que se "bota" opinião, quase sempre marcada por um radicalismo cujo outro exemplo português comparável é o do clubismo adolescente das claques. Os blogues e as claques irmanam-se na mesma visão maniqueísta da realidade, em que tudo é ou "nós" ou eles".

O pensamento crítico é varrido como sendo pusilâmine ou subserviente ao "sistema", que é sempre a forma como denominam a democracia, ou como uma "traição" aos regimentos em marcha possuídos de gritos "a Berlim" ou "a Paris".

É tudo a preto e branco e pensam que, ao ser assim, actuam por princípios, quando na realidade actuam por indigência mental. E a ironia das coisas é que esta forma de actuar é particularmente ineficaz para os objectivos pretendidos.» (...)

quarta-feira, abril 13, 2011

Dados do problema


JPP, no Abrupto:

(...) «Vamos pagar a politiquice de Sócrates, para além do desastre prévio em que nos meteu de há vários anos para cá, mas também a falta de prudência de Passos Coelho que pensa que aquilo com que anda a lidar se concentra em sair bem nas manchetes dos jornais ou nas sondagens, e (talvez) o excesso de passividade do Presidente da República.

Mas, que raio!, será que não estão informados, por vias directas ou travessas, do que se passa e dependem dos artigos do Financial Times? Que negociações fizeram Sócrates e Teixeira dos Santos até à crise de 23 de Março com os alemães e com a Comissão?

O que é que obtiveram em contrapartida do PEC IV para além dos elogios públicos? O que é que Sócrates disse a Passos Coelho quando o informou do PEC IV e vice-versa? O que perguntou o Presidente a Sócrates e o que é que ele respondeu? O que disse Merkel a Passos Coelho, Cavaco Silva a Sócrates, Passos Coelho a Cavaco Silva?

Não acredito que tenham dito apenas aquilo que nós sabemos, e, se foi assim, então ainda é pior. Se fosse atenuante, que não é, pode-se admitir que ninguém verdadeiramente actuou sabendo as consequências. Só pensaram em si mesmos, no seu êxito político e dos seus partidos.» (...)

segunda-feira, abril 04, 2011

Videojogos e violência


«O contacto com videojogos violentos torna as pessoas mais insensíveis a situações de violência» (...) No Público.

(...) «experiências, com jovens adultos (em idade universitária) e com jovens no final da adolescência, (...) concluiu que aqueles que interagem com jogos violentos tendem a ser mais tolerantes com violência e a ter um comportamento mais agressivo» (...)

«O efeito dos videojogos, porém, varia consoante vários factores. A começar pela idade. Embora ressalve haver pouca investigação na área, Bartholow diz ser mais provável que a exposição a um videojogo violento tenha mais efeito na adolescência (quando o cérebro ainda está em formação) do que no período adulto.»

segunda-feira, março 28, 2011

Crescer


"A experiência de vida é inútil, se não soubermos como aproveitá-la. Só a mera passagem do tempo não transforma ninguém em sábio" ... (aqui, num blogue vizinho)

sexta-feira, março 18, 2011

Ser mulher, ser homem (1)

A nossa identidade - pessoal, irrepetível - é uma rede de co-identidades com certas pessoas, igualmente concretas, singulares e irrepetíveis. Ou somos com elas, ou nos alienamos no nada.

Pensar e experienciar "mulher" é mais do que um género cultural. Estou-me a referir à comoção daqueles filamentos mais profundos das relações interpessoais que se fundamentam, e se alimentam, da condição sexuada feminina e masculina, mesmo que não tenhamos completa consciência disso.

Certamente que estas relações necessitam expressar-se na cultura, geram cultura, e vivem dentro dela. Mas a cultura só é possível por causa destas relações radicais, e não o contrário, embora haja interacção e interdependência entre elas.

Esta primazia da natureza sobre a cultura é bem notória quando uma cultura se começa a aproximar dos limites da sua autodestruição ou desumanização. É por esta primazia que podemos compreender a cultura, concluí-la e realizá-la.

Estas relações interpessoais radicam-se no facto de que a nossa origem também nos está confiada e delas depende que o ser humano seja gerado com a dignidade que a sua natureza exige. Estas relações são as relações conjugais, as parento-filiais e as fraternas.

Mas estas relações são mais que meras relações entre indivíduos, das quais existem muitíssimas. Estas relações são especiais porque manifestam a radical estrutura relacional de qualquer pessoa humana concreta.

Dito de outro modo, esta estrutura radical da pessoa humana é, realmente, uma estrutura "familiar" pela qual cada um de nós, na sua raiz mais profunda, é um entramado de co-identidades, de modos de ser-com-outro, a propósito da sexualidade e do seu surpreendente poder de gerar uma união íntima e vidas humanas.

Cada um de nós é filho ou filha, pai ou mãe, esposo ou esposa, irmão ou irmã, ou então é uma sombra de si mesmo à procura "dos seus", isto é, do "seu" pai e da "sua" mãe, e dos outros "seus", a partir dessa relação primeira - que é a filiação - que só é possível pelo acto de auto-realização livre pelo qual os esposos se geram, como tais, um ao outro.

(Pedro-Juan Viladrich, La palabra de la mujer, EUNSA)

O crucifixo é um sinal de civilização (mesmo para quem não lhe atribui significado teológico)

O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos sentenciou, por 15 votos a favor, e dois contra, que a presença de crucifixos nas escolas públicas italianas não viola a liberdade de educação, nem a liberdade de pensamento e religião.

O Tribunal que refere que esta é uma matéria da competência dos Estados membros, pelo que o Estado italiano apenas exerceu as suas ao manter os crucifixos nas escolas públicas, não violando com isso nenhum normativo.

segunda-feira, março 14, 2011

"Compartilhar as opções afectivo-sexuais de terceiros, não pode ser exigido"

“O respeito pelas opções afectivo-sexuais pode, e deve, ser exigido, mas compartilhar ou assumir como positiva a opção afectivo-sexual de terceiros, não pode nem deve, ser exigido"
(sentença do Tribunal Supremo da Andaluzia, em 15-10-2010, fundamento jurídico nº 9).

Os magistrados escrevem com clareza e rigor cartesianos, condenando um livro de texto da disciplina de Educação para a Cidadania que promove a ideologia de género.

É certo e sabido, que houve, e há, discriminação e exclusão para com pessoas com inclinação homossexual: é uma falha grave da sociedade. Mas não é certo que, para os respeitar na sua dignidade de pessoas, seja preciso concordar com as suas opiniões sobre afectividade e sexualidade.

Tal como numa sociedade democrática não se exige aos comunistas que pensem como os políticos da direita, nem aos da direita que concordem com os comunistas: apenas se lhes pede que se respeitem mutuamente.

Por isso é um fraco serviço à democracia que se pretenda acusar de homófobo quem não compartilhe a ideologia de género. Pode acabar por acontecer que os que se queixaram de intolerância, venham a reproduzir essa mesma intolerância. Pior ainda se a quiserem impor aos menores através do ensino obrigatório.

Péssimo, se o fizerem à socapa, em centros oficiais, em oficinas de "sexualidade", ou "contra a homofobia", através das quais se doutrinam dentro da ideologia de género, passando por cima dos pais (dos mesmos a quem se acusa simultaneamente de pouco responsáveis, mas a quem se impede o exercício dessa responsabilidade).

Nem falemos sequer de que se tente, por alguma forma, diminuir ou ridicularizar os alunos cujos pais não autorizaram a participação nessas "actividades".


Em resumo (simplista, obviamente) a ideologia de género nega que as diferenças óbvias entre mulheres e homens tenham alguma coisa de "natural". São, diz, meras convenções, que podem ser modificadas de acordo com os desejos de cada um. Pode ter-se qualquer "orientação" sexual que se queira ou até "mudar" de sexo, se se deseja.

Trata-se de uma ética em que o que é bom, ou mau, apenas depende dos desejos de cada um, e não de uma resposta ao que é naturalmente humano.

Desta proposta arranca um educação sexual que não fomenta o crescimento de mulheres e homens livres, mas a persistência de adolescentes crónicos.

Como qualquer outra ideologia, considera a "sua" "verdade" acima de qualquer outro raciocínio ou demonstração. Não lhe interessa que a psicofisiologia actual encontre os traços básicos do feminino e do masculino nas primeiras fases do desenvolvimento do hipotálamo, no embrião.

A enorme riqueza das diferenças emocionais e cognitivas entre mulheres e homens - e que são anteriores aos papeis sociais - são consideradas um problema, um obstáculo a abolir (pela revolução, se necessário) até se chegar à "igualdade sexual", tal como o "socialismo científico" radical, da pré-história do socialismo, quis chegar à sociedade sem classes.


(...) De modo que todos nós teremos que viver com uma espécie de culpa universal, por sermos quem somos, diferentes, desiguais ... Mas a quem tiver inclinação gay, bissexual, transexual, deve dar-se aplauso, abandonando-os às suas dificuldades e impedir - dogmaticamente - que se possa discutir, ou investigar, as experiências (dolorosas) e o percurso de vida que tiveram até chegar à actual situação.

Seguramente que a liberdade de cada um está acima das opiniões dos outros, mas isto não pode só significar que os que se consideram "modernos" e "discriminados" possam decidir unilateralmente quais são os estilos de vida de todos os outros. Isto é, também, uma garantia de que haja quem possa - livremente e sem coacções - decidir pensar a sexualidade e os afectos de modo diferente, "não-alinhado".

Estou firmemente convencido que é urgente educar no respeito extremo para com todos, e de modo especial para com os que sofrem algum tipo de discriminação, seja de que tipo for.

Mas como se pode fomentar essa educação sexual no respeito?

Por exemplo:

- poderá ser feita promovendo a instabilidade das relações, ou a multiplicidade de parceiros?
- é compatível com achar-se normal as relações ocasionais, de quase anonimato?
- tem alguma coisa a ver com o exibicionismo das marchas "de orgulho"?
- pode ser feita numa óptica de agressividade e militância anti-religiosa?


E com isto não desmereço em nada a amizade (e a solidariedade) com os meus amigos, e tantas pessoas, que vivem com inclinação homossexual e que não estão disponíveis para colaborar na manipulação política da sua situação.

(adaptado de Fernando Lopez Luengos, doutor em Filosofia, vice-presidente da Associação de Professores Educación y Persona))

domingo, março 13, 2011

Precauções na Rede (Facebook)

No Sol, "Facebook usado para aliciar menores":

(...) «Jogo das perguntas põe perfil de crianças e adolescentes em site de encontros amorosos. Judiciária está a investigar o caso.

A Polícia Judiciária (PJ) está a investigar o Badoo, um site de encontros amorosos, para onde estão a ser aliciadas crianças portuguesas através de um falso jogo no Facebook.

O isco é lançado com um convite no mural da rede social: «Queres saber o que o teu amigo respondeu sobre ti?». Para ver a resposta, o utilizador tem de dar uma autorização à aplicação do Badoo para aceder aos seus dados. Assim que o faz, a sua foto de perfil, nome, idade e localização aparecem no site de encontros amorosos, juntamente com uma frase - gerada automaticamente pelo Badoo - sobre o tipo de parceiros ou de relacionamento de que está à procura» (...)

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

dar a volta por cima

«A crise económica mundial obrigou a uma redução do orçamento da Educação da maioria dos países. O Reino Unido não é excepção. Aí, a opção não passou primordialmente por encerrar escolas ou cortar nos curriculos, mas sim pela redução nos gastos da Administração Central (Ministério da Educação e estruturas dependentes) e o fim de programas sem impacto directo na qualidade da educação.

As reformas são sustentadas por estudos realizados ex ante por equipas de peritos imparciais, sujeitos a debate público. A aposta consensual foi que, sem diversidade de projectos educativos e sem aumento da autonomia das escolas, o sistema de ensino do Reino Unido não teria capacidade de responder aos desafios do século XXI. Escolas autónomas, para além de serem mais baratas e eficientes, têm melhores resultados no combate ao insucesso escolar, na recuperação de maus resultados sistemáticos e no estímulo da mobilidade social.

Na concretização deste objectivo, o Governo britânico avançou com três medidas concorrentes: i) atracção para a rede pública de escolas de sucesso geridas por entidades privadas, para que todos possam aceder gratuitamente a boas escolas; ii) incremento da autonomia pedagógica e financeira das escolas do Estado, contratualizando com as que o desejem, em regime idêntico ao aplicado aos operadores privados; iii) incentivo à criação de novas escolas com projectos educativos inovadores.

Em poucos meses já são cerca de 250 candidaturas - de pais, professores, instituições sociais e humanitárias bem como de empresas - para a abertura de Free Schools e Academies (escolas contratualizadas pelo Estado num sistema idêntico ao dos Contratos de Associação). Estas escolas são parte da rede pública, não podem fazer selecção de alunos e serão de acesso gratuito. O Estado garantirá o respectivo financiamento em regime de equidade, de acordo com o custo por aluno estabelecido para cada grau de ensino e valência curricular. Da avaliação positiva pelo Governo dependerá a continuidade destas escolas.» (...) (No Forum para a Liberdade de Educação)

coisas óbvias


«A espécie humana não se divide entre heterossexual e homossexual, mas entre homens e mulheres»

(Lionel Jospin, político socialista francês,
citado por Pedro Vaz Patto, no Público de 5 de Fevereiro)

sexta-feira, fevereiro 04, 2011

Só política

«Estado vai gastar 10 milhões em escola que fica ao lado de colégio financiado pelo ME» (Notícia no Público)

«O Externato Bartolomeu Dias, que se situa na fronteira entre os concelhos de Loures e de Vila Franca de Xira, está a pouco mais de dois quilómetros de distância daquela escola, a EB2,3 D. Martinho Vaz Castelo Branco.
O colégio tem um contrato de associação para garantir ensino gratuito aos alunos do ensino secundário. Tem nove turmas a funcionar do 10.º, 11.º e 12.º ano e, garante o seu director, Pedro Gomes Freire, os seus resultados são os melhores dos concelhos de Loures e Vila
Franca de Xira. » (...)

«Olhando para o investimento que vai ser feito na escola ao lado para que esta garanta a oferta que o Bartolomeu Dias assegura, Gomes Freire diz que a extinção do contrato de associação só pode ter sido proposta "com base num erro de pressupostos". "Se não for assim, est
amos num país de loucos", desabafa.» (...)