quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Novas respostas, para velhos problemas


Em Roma, um Hospital resolveu enfrentar de forma positiva o abandono de crianças recém-nascidas. Criou um local seguro e acolhedor para bebés, onde - em situação de completo anonimato - as mães, ou pais, que assim o decidirem podem deixar os seus bebés, com a garantia de que o Hospital os acolherá e lhes dará um futuro. Trata-se da "Policlinica Casilino", nos arredores de Roma. Esta versão moderna da "roda" da Roma antiga, é constituída por uma incubadora aquecida, com oxigénio, acessível do exterior, em situação de anonimato. Pouco depois da criança ser depositada no berço, um sistema de alarme avisa a equipa médica que se encarrega de ir buscar a criança. O primeiro cliente foi um bebé de 3 meses.

A lei italiana permite que qualquer mulher possa dar à luz sob anonimato, se assim o preferir, em qualquer hospital. Esta é mais uma resposta à situação.

Novos desafios, novas respostas, mais escolhas.

Há países assim. Outros, limitam-se a encolher os ombros e a dar velhas respostas.


terça-feira, fevereiro 27, 2007

Educar para os valores



«A transmissão de valores é difícil de alcançar»

in Publico, 26.02.2007, Barbara Wong

«Se há um "pequeno ditador" lá em casa, a culpa é dos pais? Creio que os pais querem educar bem. Entendem que educar é complexo e que não é apenas transmitir o que herdaram dos seus pais. Porque educar requer carinho, afecto, reflexão, constância e coerência. Hoje vivemos num mundo em mudança, complexo, veloz, onde há dificuldade de conciliar a vida familiar com o trabalho. Há ainda outros factores, como a separação do casal, os pais que não são adultos, a pressão do consumo... Além dos pais, há outros agentes socializadores, como a televisão, os jogos de vídeo... Tudo isto faz com que a transmissão de valores seja um objectivo possível, mas difícil de alcançar. Como é que é possível intervir, se os pais têm muita dificuldade em reconhecer que os filhos manipulam a relação?
O problema é que muitos pais só se dão conta dessas situações quando as crianças têm nove ou dez anos e perderam um tempo precioso. As crianças ditadoras revelam-se muito precocemente. Por isso há que estar atento: perguntar na escola, à nossa família e aos nossos amigos como é que identificam a conduta dos nossos pequenos filhos. Também há alguns pais que estão conscientes do problema, mas não querem reconhecê-lo.
Da sua experiência como provedor de menores, em Espanha, pode afirmar que a maior parte das crianças que se revelam pequenos ditadores serão jovens delinquentes? Há jovens que só são ditadores dentro da sua casa, outros generalizam essa conduta no seu relacionamento com outros cidadãos. Em Espanha, em 2006, houve sete mil casos de pais que denunciaram os seus filhos por agressão. Em Portugal este problema começa agora a surgir, embora a falta de respeito nas escolas seja muito grave.»

É proibido proibir ...


As autoridades britânicas, através da Comissão local de Protecção de Menores, ponderam a retirada de uma criança de oito anos aos seus pais.
Motivo: pesa 98 Kg, o triplo da média para a sua idade.

Connor, não consegue ir a pé para a escola, porque fica demasiado cansado, apesar de morar a cinco minutos da escola, na pequena cidade de Wallsend, a norte de Londres.

A questão é cada vez mais actual. Quais são os valores para os quais educamos? Como?





segunda-feira, fevereiro 26, 2007

"Vou-te partir os dentes"



«Vou-te partir os dentes. Vais morrer!» Esta expressão foi dita por uma aluno de 15 anos ao seu professor, durante uma aula na Holanda. O professor apresentou queixa em Tribunal, queixa que não foi procedente dado que o juiz considerou que a expressão "não define" uma ameaça.

No mesmo país em que uma associação de prevenção rodoviária (VVN, "Circulação Segura") lança uma campanha para impedir a violência na estrada provocada por gestos obscenos que desencadeiam, de forma crescente, episódios de agressão.

Pois.

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

21 semanas e 280 gramas


Nasceu com apenas 21 semanas de gestação e 280 gramas de peso. Um verdadeiro record batido por este bebé que nasceu num hospital de Miami, EUA.

Chama-se Amillia Taylor e media 24 cm quando nasceu. Após algum tempo no hospital, na Unidade de Cuidados Intensivos, irá ter alta em breve.
(No Público ...)

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Coisas sérias

«Federação Portuguesa Pela Vida

Reprodução do texto integral lido na conferência de imprensa realizada em Lisboa em 15 de Fevereiro de 2007:

Boa tarde a todos.
Em primeiro lugar quero agradecer a presença da comunicação social.
1 – O Povo Português acaba de ser chamado a pronunciar-se sobre a despenalização do aborto. Fê-lo pelo voto, mais nobre forma de exercício do poder em democracia.
2 – O SIM no referendo teve mais votos, isto é, em votos expressos, ganhou. Por
isso, impõe-se agora que assuma as responsabilidades inerentes.
3 – Porém, 48 horas após o encerramento das urnas, verificou-se que o PS mentiu por estratégia eleitoral. Dirigentes ao mais alto nível do PS, em campanha eleit
oral, garantiram aos portugueses que com esta pergunta o aborto não seria liberalizado e por isso, seria exigido aconselhamento e acompanhamento às mulheres, a fixar na regulamentação da lei. Senão vejamos:
4 - A campanha eleitoral é o momento próprio para que as diferentes propostas submetidas ao voto sejam apresentadas e conhecidas dos eleitores. No referendo ao aborto, SIM e NÃO, fizeram esse trabalho.
5 – O NÃO disse que a pergunta era para liberalização do aborto, sem regras nem limites, que não o prazo e a vontade da mulher.
O SIM objectou afirmando, que a regulamentação do aborto a pedido criaria um q
uadro legal de aconselhamento, dissuasão e consentimento informado.
Do lado do SIM tivemos, entre outros, a fazer campanha, o actual Primeiro Ministro e Secretário Geral do PS assim como outros membros da actual maioria parlamentar de que recordamos as Deputadas Maria de Belém Roseira e Ana Catarina Mendes, os quais em intervenções públicas disseram aos Portugueses que caso o SIM vencesse, a lei de regulamentação iria prever o aconselhamento e acompanhamento obrigatórios das mulheres que praticassem o aborto. Assim como impositivos em ordem ao planeamento familiar acompanhado por técnicos de saúde.
Afirmaram ainda estes dirigentes do partido do governo, que seria uma lei “moderada”, não estando em causa a liberalização do aborto, por não ser isto o pretendido.

6 - Ora, 48 horas volvidas sobre a decisão do povo português assistimos a declarações do líder da bancada do PS, em que é negado tudo o atrás enunciado. Alberto Martins diz «Não haverá aconselhamento obrigatório à revelia do que foi o mandato popular», confirmando assim que, o aborto será totalmente livre até às 10 semanas e apenas por «vontade» da mulher.
Hoje o consentimento informado é uma prática na área da saúde, donde se conclui que o povo português foi dolosamente enganado.
7 – Ontem ouvimos Ministros e Deputados afirmar que o SIM iria combater o aborto. Hoje ouvimos os mesmos a dizer que o aborto não implica regras de conduta ou a prestação de cuidados para o consentimento informado.
Ontem ouvimos Ministros e Deputados afirmar que o aborto seria praticado pelo SNS pago pelo Estado. Hoje ouvimos os mesmos dizer que o SNS não tem capacidade para prestar o serviço de aborto a pedido.
Ontem ouvimos Ministros e Deputados dizer que a vida do bebé e a saúde da mãe é uma preocupação de todos que se assegura com a despenalização. Hoje ouvimos os mesmos Ministros e Deputados dizer que a vontade da maioria não pode impor limites à vontade da mulher.
Ontem Ministros e Deputados prometiam-nos que o negócio do aborto iria termi
nar com a despenalização.
Hoje sabemos pelas primeiras páginas dos jornais que as clínicas cujo negócio é o aborto estão preparadas para se instalar em Portugal, o que não se compadece com o aconselhamento prometido.
8 – Num país e num tempo em que a política e os políticos têm com o povo e os eleitores um divórcio reconhecido, vermos nestes quatro dias após o referendo cair de forma tão grosseira os compromissos assumidos faz-nos crer que este é mais um passo para, no mínimo, o descrédito acentuado da política.
Para nós, a política é uma nobre tarefa. Neste momento, mais confrontáveis com a sua consciência estão aqueles que ficaram em casa e não foram votar.
9 – A FPV, em nomes das dezenas de movimentos e associações que por todo o país levam por diante diariamente um trabalho de defesa da dignidade da vida humana e da mulher e dos milhares de cidadãos e grupos cívicos que se empenharam nesta campanha eleitoral não pode nestas horas de profunda perplexidade deixar de:
Aos políticos que defenderam o SIM no referendo e em especial ao partido da maioria, recordar os compromissos eleitorais assumidos em sede de campanha.
Ao povo e em especial aos eleitores, denunciar esta mentira usada como estratégia eleitoral e agora posta a nu.
A todos os portugueses lançar um desafio de alerta para:
A arbitrariedade do poder
O ofuscar das verdadeiras necessidades do povo
O verdadeiro combate ao aborto que legal ou ilegal será sempre uma chaga
As medidas públicas de apoio à família, mães e crianças em dificuldade, que de imediato devem ser exigidas.
Tudo pela dignidade e liberdade de mulheres e homens de Portugal.

Federação Portuguesa pela Vida

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Beirute, século XXI


Prémio da World Press Photo 2006: grupo de jovens em Beirute, fotografando os destroços da guerra.

Claudia Hinterseer, porta-voz da World Press Photo, reconhece que ouviu alguns comentários sobre o cinismo da escolha, mas responde: "Nas nossas escolas incentivamos os alunos a procurarem o paradoxo. Isso resulta sempre bem numa fotografia. É isso mesmo que reflecte este prémio: a guerra acaba, mas a vida continua, mantendo o fosso entre ricos e pobres."

domingo, fevereiro 04, 2007

SIM, varrer o problema para debaixo do tapete


«Há hoje uma certa tendência para soluções simples e descartáveis, que eliminam rapidamente os problemas atirando-os para debaixo do tapete», disse Lobo Xavier, numa «arruada» na Rua Santa Catarina, promovida pelo movimento «Norte pela Vida» e em que participaram cerca de 100 pessoas. (in, Portugal Diário)