terça-feira, janeiro 24, 2006

Desvantagens na escolarização precoce



Estudo da Universidade de Berkeley alerta para as desvantagens da entrada precoce no sistema de ensino

A escolarização infantil permite desenvolver melhor as capacidades cognitivas, mas em contrapartida os problemas de comportamento parecem aumentar, mesmo em famílias consideradas estáveis. Um estudo em 14 mil crianças, do ensino pré-escolar, realizado pela Universidade de Berkeley, nos EUA, chama a atenção para o risco da aplicação cega da escolarização precoce. "Influência da escolarização infantil no desenvolvimento das crianças: quanto é demais?" (
The Influence of Preschool Centers on Children's Development Nationwide - How Much is Too Much?)
Da autoria do Professor
Bruce Fuller, o estudo fala da "supressão do desenvolvimento social e emocional" como consequência da escolarização precoce.

Enquanto as competências para ler, ou realizar operações matemáticas, aumentam com a escolarização iniciada pelos 2 a 3 anos de idade, o desenvolvimento social e emocional pioram tanto mais, quanto mais cedo se inicia a escola. A questãol evantada pelo estudo é a de que não é possível continuar a pensar na escolarização precoce apenas como algo desejável, porque os "efeitos secundários" são de ponderar. Por outro lado, verifica-se neste trabalho, que o fosso de desenvolvimento entre crianças oriundas de famílias com grande disparidade económica e social, não se estreitou.

Texto completo aqui.

quarta-feira, janeiro 18, 2006

3 em cada 10 alunos espanhóis abandonam a escola


Entre 28 a 34% dos alunos do ensino básico não obtêm o título de conclusão do ensino obrigatório. Na UE só Portugal e Malta têm taxas de insucesso superiores.
São os resultados do estudo "Sistemas educativos europeus: crise ou transformação?": «existe uma escola de mínimos para o conjunto da população, mas estamos muito longe de ter uma escola de óptimos».
Enquanto na maioria dos países europeus 50 a 75% das pessoas, entre os 25 e os 65 anos, atingem o nível secundário, em Espanha não passam dos 40%.
Isto vem na sequência de outros estudos internacionais, como o PISA, em que em matemática 70% dos alunos de 15 anos têm resultados muito baixos. Se formos para os resultados bons, ou excelentes, só 8% dos alunos espanhóis os atingem, contra 14% da média da OCDE.
No topo dos bons resultados estão a Bélgica, a Holanda, a Finlândia e a Áustria.

Quando se trata de ler e entender «56% dos alunos não atingem os objectivos(...) e ficam em níveis equivalentes ao básico» e 21% têm competências tão precárias que «não conseguem utilizá-las, com o risco consequente de exclusão social».

O estudo conclui que o esforço financeiro desenvolvido não teve proporção nos resultados esperados e manifesta também preocupação pelos níveis de violência e conflitualidade nas escolas.
Em França, a presença da polícia nas escolas irá tornar-se permanente, e em Espanha, a questão está a ser equacionada, também no que se refere ao tráfico de droga nas escolas.

O relatório diz que se verifica que o êxito dos sistemas educativos se baseia na coesão social, nos sistemas de formação dos professores e no bom funcionamento dos centros escolares. Os melhores modelos são a Finlândia, a Holanda, a Bélgica e a Suécia; os piores, são Portugal, Grécia, Itália e Espanha.

segunda-feira, janeiro 16, 2006

mulher, mãe e ministra

A Ministra da Família do novo governo alemão é médica e mãe de sete filhos.
Foi entrevistada pelo jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung (27-12-2005):

«- Uma ministra com sete filhos é considerado, na Alemanha, como uma provocação.

-
Para alguns, os muitos filhos que me foram dados são, efectivamente, uma provocação. Mas também há muitas pessoas que me dizem: "Que bom que haja ainda gente que vive esta experiência e, além disso, tenha um cargo político". Alguns comparam a sua situação, com a minha e afirmam: "Nós, com um ou dois filhos, também temos dificuldades".
A época mais difícil, para o meu marido e para mim, foram os começos da vida profissional como jovens médicos num hospital com urgencias nocturnas e diurnas. Tínhamos crianças pequenas que precisavam do nosso tempo e da nossa dedicação, e também a inexperiência de pais jovens, com ordenados modestos. Na altura, às vezes, sentía-me desesperada.


- Neste momento temos no governo quatro mulheres sem filhos, e a senhora, sozinha, tem a quota total das crianças. Não será isto um sinal de que é difícil conciliar a carreira profissional e os filhos?

- Temos um governo que reflecte a realidade da Alemanha. Em contraste com os outros países à nossa volta, não ter filhos, na Alemanha, não é considerado uma carência. Trata-se de uma febre cultural, gostava de deixar isto claro. Mas ao mesmo tempo, a renúncia aos filhos tornou-se na Alemanha um requisito para se ter uma carreira profissional brilhante. Isto é que constitui o verdadeiro drama.»
(...)





quarta-feira, janeiro 11, 2006

Ter razão nem sempre é agradável


Quase que me apetecia escrever: conforme previsto, o sr. Ministro das Finanças lá anunciou o que já se sabia, há muito tempo.

O Ministro das Finanças,
no programa "Prós e Contras", da RTP, declara publicamente a insustentabilidade da Segurança Social. Aqueles que têm denunciado a política de avestruz rica que se tem praticado no país, tinham razão. Uma avestruz rica, além de não querer ver, não faz contas, como se viu pelo Relatório anexo ao Orçamento de 2006, dando razão aos que têm protestado contra as desastrosas políticas familiares que o país tem vindo a ter nos últimos 30 anos, e a que este Governo tem dado continuidade.

O que se temia, agora começa a ser realidade: estão em causa os alicerces do "Estado social".


Não sei que diga! Somos tão... tão... (burros?!). Há quanto tempo andamos a enganar-nos? Hoje não me apetece escrever mais. *%z&"!!

sexta-feira, janeiro 06, 2006

A profecia das rãs

"Prophétie des grenouilles"

Realizador: Jacques-Rémy Girerd. Guião: Jacques-Rémy Girerd, Antoine Lanciaux, Iouri Tcherenkov. Desenhos animados. 90 min. Todos os públicos.

Ganhou o Urso de Crsital em 2004 no Festival de Berlim. É uma fábula bastante movimentada, a fazer lembrar o "Triunfo dos Porcos" de George Orwell. Faz parte de uma onda de renovação do cinema francês, iniciada com a saga "Kirikuru", do mesmo estúdio.

O Folimage é um estúdio criado nos anos 80 -conforme nos diz a MONSTRA - «por um grupo de jovens autores que queriam usar o cinema de animação como forma de expressão, intervenção e de arte. O estúdio tem pautado a sua acção pela grande fidelidade aos princípios da qualidade e da internacionalização, criando um programa de Residência, que proporciona a jovens autores de todo o mundo as condições para a realização do seu projecto pessoal.
Esta abertura tem valido ao estúdio um enorme reconhecimento e a realização de obras de arte da animação mundial, vencedores do Cartoon D'Or (óscar para os melhores filmes de animação europeus) e candidato aos Óscares.»