Foi entrevistada pelo jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung (27-12-2005):
«- Uma ministra com sete filhos é considerado, na Alemanha, como uma provocação.
-Para alguns, os muitos filhos que me foram dados são, efectivamente, uma provocação. Mas também há muitas pessoas que me dizem: "Que bom que haja ainda gente que vive esta experiência e, além disso, tenha um cargo político". Alguns comparam a sua situação, com a minha e afirmam: "Nós, com um ou dois filhos, também temos dificuldades".
A época mais difícil, para o meu marido e para mim, foram os começos da vida profissional como jovens médicos num hospital com urgencias nocturnas e diurnas. Tínhamos crianças pequenas que precisavam do nosso tempo e da nossa dedicação, e também a inexperiência de pais jovens, com ordenados modestos. Na altura, às vezes, sentía-me desesperada.
- Neste momento temos no governo quatro mulheres sem filhos, e a senhora, sozinha, tem a quota total das crianças. Não será isto um sinal de que é difícil conciliar a carreira profissional e os filhos?
- Temos um governo que reflecte a realidade da Alemanha. Em contraste com os outros países à nossa volta, não ter filhos, na Alemanha, não é considerado uma carência. Trata-se de uma febre cultural, gostava de deixar isto claro. Mas ao mesmo tempo, a renúncia aos filhos tornou-se na Alemanha um requisito para se ter uma carreira profissional brilhante. Isto é que constitui o verdadeiro drama.»
(...)
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