sexta-feira, agosto 26, 2011
liderança
(...) «perigos da liderança. O elemento comum a todos é a sensação de invulnerabilidade da qual resulta uma vertigem de poder infinito. Por vezes, quando se está no topo, parece não haver limites. De onde decorrem três perigos: (1) os líderes poderosos afrouxam para si os quadros morais que exigem aos outros; (2) revelam uma propensão para não olhar a meios; (3) alargam o seu poder em vez de o limitarem.
Ora os líderes sábios fazem o oposto: (1) aplicam a si mesmos os quadros que querem que os outros sigam. Eles sabem que constituem um exemplo e que os outros seguirão esse exemplo, seja ele bom ou mau; (2) sabem que os meios não justificam os fins ("Adoro a competição", dizia Murdoch, que acrescentava: "E quero ganhar"); (3) restringem o seu poder. Conscientes do apelo do canto das sereias, pedem para ser amarrados ao navio.
Os líderes sábios acabam pois por controlar o seu próprio poder. Rodeiam-se de pesos e contra-pesos. São cautelosos e sabem que no meio está a virtude.» (...)
Retirei isto do Jornal de Negócios, um artigo de Miguel Pina e Cunha.
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