terça-feira, junho 30, 2009

Protecção e desprotecção


«A taxa típica de falência contraceptiva, no primeiro ano de uso, foi de 8% para os contraceptivos orais (pílula) e 15% para o preservativo masculino» (...)
(Data from the 1988 National Survey of Family Growth, in CDC, Center for Disease Control, Update: Barrier Protection Against HIV Infections and Other STD's; Trussell J, Hatcher RA, Cates W, Stewart FH, Kost K. Contraceptive failure in the United States: an update. Stud Fam Plann 1990;21:51-4. )



Condon Report (pdf, aprox. 565 Kb)

* Estudo das quatro instituições com responsabilidades na investigação sobre preservativos, na regulação do seu fabrico e na emissão de recomendações sobre o seu uso em programas de prevenção do VIH / SIDA e das Infecções sexualmente transmitidas (IST), ( ...)

(Estas quatro Agencias são: a USAID, a FDA (responsável pela introdução e autorização de medicamentos para uso humano e pela vigilância limentar), os Centros de Controle e Prevenção de Doenças Infecciosas (CDC, foram os centros que identificaram, pela primeira vez, a SIDA quando ela surgiu) e os Institutos Nacionais de Saúde (NIH, National Institutes of Health).)


Os resultados foram publicados em Julho de 2001:
(...)
«O estudo também abordou as outras infecções sexualmente transmitidas além do VIH / SIDA que são, neste momento, pouco menos de três dezenas de doenças diferentes.

Para estas, o estudo concluiu pela pequena evidencia de que houvesse alguma protecção ou redução significativa do risco.

Algumas das doenças estudadas foram: a gonorreia (causada pela Neisseria gonorrhoeae), a infecção por clamidias (Chlamydia trachomatis), a tricomoníase (Trichomonas vaginalis), o herpes genital (virus do Herpes simplex, ou HSV), o cancro mole (Haemophilus ducreyi) e a sífilis (Treponema pallidum).

Deu-se um ênfase especial ao virus do papiloma humano (HPV) deduzindo que “não há evidencia de que o preservativo reduza o risco de infecção pelo HPV…”. Este virus é uma causa importante de infecções de transmissão sexual e está asscociado ao cancro do colo do útero, que mata mais mulheres por ano do que a SIDA, no mundo ocidental.

Mesmo com o aparecimento da vacina (que só protege de 4 tipos de HPV, dentre os cerca de 50 existentes, e não aparece como útil para todas as jovens que já tiveram relações sexuais, e que estão infectadas em mais de de 50% dos casos).

A mensagem principal é que não existe nada parecido com protecção a 100% ou “sexo seguro”, com o preservativo. Este dado é muito importante porque, ao pensar encontrar-se protegido, qualquer jovem pode facilmente arriscar e infectar-se.»

(Workshop Summary: Scientific Evidence on Condom Effectiveness for Sexually Transmitted Disease Prevention, 20 July 2001, pp. 1-2. The Workshop Summary em http://www.niaid.nih.gov/dmid/stds/condomreport.pdf.).

Os resultados do estudo não foram surpresa: (...) "Tendo sublinhado que os preservativos dão resultado, temos que perceber que não dão resultados perfeitos. Mas nada na medicina (ou na vida) resulta sempre"
(Cates W, Jr., and Hinman AR, AIDS and absolutism—the demand for perfection in prevention, New England Journal of Medicine, 1992, 327(7):492-494, citado em Family Planning Perspectives, Volume 33, Number 5, September/October 2001)

É chato, mas os vírus não querem saber das nossas modas ideológicas.

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