sábado, junho 02, 2007

A intolerância "democrática"


Comunicado do M.O.V.E. , movimento de pais:


Democracia e "educação" sexual

Assistimos ontem no programa Sociedade Civil a uma grave demonstração de falta de democracia. No debate que se seguiu à exibição de um filme sobre educação sexual, foi com grande surpresa que constatámos o nível de intolerância demostrado por alguns dos intervenientes. Preocupante é o facto de se tratar, entre outros, do coordenador do Grupo de Trabalho de Educação Sexual (GTES), nomeado pela Senhora Ministra da Educação para regulamentar a educação sexual nas escolas portuguesas.



Essa educação sexual, segundo despacho da Senhora Ministra e no seguimento de indicações do GTES, deve ocorrer dentro de uma forte colaboração entre Pais e Escola. Ontem, ao longo do programa e sempre que era manifestada uma opinião diferente da do Prof. Daniel Sampaio, os autores da referida opinião eram rotulados de “inseguros”, “com problemas na cabeça”, com “argumentos frágeis”.



De referir que os mais de 27000 Pais que assinaram a petição proposta pelo MOVE no sentido de consagrar aos Pais o direito de escolherem a educação que pretendem para os seus filhos foram considerados... em número diminuto, que apenas faziam muito barulho. Quer isto dizer que não devem ser considerados, que não têm direitos legítimos? Relembramos que na apresentação da petição na Assembleia da República, todos os partidos se referiram com respeito à quantidade de assinaturas apresentada.



Chegou a ser afirmado que a educação sexual nas escolas serve também para ir contra a vontade dos Pais que não queiram falar de sexualidade aos seus filhos! Assistimos portanto a uma sobreposição da escola aos Pais, a uma colocação dos Pais num plano inferior. Não há sequer uma tentativa de acolhimento e ajuda a esses Pais, mas apenas um afastamento liminar e uma sobreposição da escola ao direito inalianável dos Pais à educação dos seus filhos.



No programa de ontem, Daniel Sampaio prestou um mau contributo para que a educação sexual dos jovens seja debatida com seriedade e elevação. Neste, como em tantos outros temas, não se ganha nada tentando menorizar o outro ou sendo intolerante. É pena que um psiquiatra com tantos anos de carreira como Daniel Sampaio tenha caído nesta armadilha.


Ontem na RTP2 surgiu um Daniel Sampaio em flagrante contradição com as posições de abertura aos Pais e à diversidade de opiniões e métodos na educação sexual que o GTES tem declarado defender, nomeadamente no seu Relatório de Progresso. Importa saber qual dos dois Daniel Sampaio é o verdadeiro, porque eles são incompatíveis!

Acreditamos que a Senhora Ministra da Educação quer mais para as crianças e jovens portugueses num tema que é tão intrínseco ao ser humano e ao mesmo tempo tão condicionador da sua felicidade.


O MOVE irá solicitar uma reunião ao GTES para perceber os objectivos e metodologias que pretende propor às escolas e aos Pais. Do resultado dessa reunião daremos nota aos Pais.

1 de Junho de 2007 – Dia Mundial da Criança




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