quarta-feira, janeiro 03, 2007

Para quem quiser estar informado





5 comentários:

Anónimo disse...

Sou mãe, amo desmedidamente o meu filho de 10 meses, adoro crianças e sou pelo SIM à despenalização do aborto. Porque acho que as mulheres que decidem abortar não devem ser julgadas e presas e porque acho que devem ter boas condições de saúde para levar a cabo uma decisão tão difícil e dolorosa.
A lei actual não impediu, não impede nem poderá impedir ninguém de abortar, vai sempre haver abortos. Importa aos portugueses decidir como querem encarar esta questão no futuro: perpetuando os julgamentos e prisões das mulheres e as complicações graves de saúde ou acabando com a perseguição e apoiando medicamente e psicologica mente a mulher.
As simple as that: o referendo não questiona os portugueses sobre questões morais, obviamente. Limita-se a questionar sobre a criminalização e sobre a saúde pública, ambos assuntos de cariz político.

CarLoS disse...

Caríssima anónima
Entendo perfeitamente como se sente.
Mas:
1) Nos últimos 30 anos nenhuma mulher em Portugal foi presa por este motivo;
2) quase nenhuma chegou a julgamento, pelo mesmo motivo que também não chega a julgamento quem rouba para comer (mas não vi ainda pedir a despenalização do roubo nestes casos, nem a despenalização dos despejos por falta de pagamento de renda ...);
3) se a lei for alterada, as mulheres continuarão a ser penalizadas (desde que ultrapassem as 9 semanas e 6 dias, seja lá o que for que este parzo signifique);
4) nos países que liberalizaram o aborto, o número de abortos disparou, sem reduzir os clandestinos (os dados estão publicados pela ONU);
4) o aborto nos hospitais não é seguro: é um processo sujeito a complicações que vão desde a esterilidade, às lacerações do colo; como o número de abortamentos aumenta com a liberalização, também aumenta o número de "mutiladas" pelas cirurgias abortivas;
5) as complicações de longo prazo das mulheres que abortaram (impotência feminina, stress pos-traumático, neurose depressiva) são reais e frequentes e não têm solução imediata; não é verdade que o aborto "resolva" a gravidez inesperada: estas mulheres continuam emocionalmente grávidas, só que não conseguem fazer o luto do filho;
6) como a lei permite que se aborte a pedido, a sociedade rapidamente banaliza a questão e abortar poderá até ser imposto como condição para se ter um emprego (pois se o Estado até o facilita, diz o empregador); se já agora se recusam empregos a mulheres grávidas ou que mostam intenção de engravidar, imagine depois ...
7) as mulheres não ganham em que lhes facilitem o aborto, ganham as redes multinacionais de clínicas da IPPF e similares:cerca de 800 milhões de dólares anuais, fora os ganhos com o comércio de tecidos e orgãos de bebés abortados.

Entendo a sua preocupação, mas a questão verdadeiramente é: temos dinheiro, recursos e know-how para que nenhuma mulher precise a abortar; podemos obrigar os governos a darem a cara, ou podemos permitir que continuem a fazer de conta.

Encontra muitos dados e informações no blogue do não

Anónimo disse...

1.Continuaremos a ter julgamentos! Que respostas damos às mulheres grávidas de 11,12,13... semanas? O dinheiro necessário para as ajudar, seja na reposição do subsídio de nascimento, seja no aumento do abono de família, seja na criação de casas de acolhimento a mães e filhos, será gasto em clínicas abortivas espanholas.

2.Não podemos "chorar" o fecho de maternidades, escolas, empresas, nem as reformas cada vez mais tarde e com menos rendimento, e apresentar - em simultâneo - como resposta a liberalização do aborto. Uma ex-Ministra das Finanças disse que o Estado, como forma de reduzir as suas despesas, deve olhar para as despesas e diferenciar despesa de investimento. Cabe ao Estado cortar nas despesas e apoiar o investimento. A Alemanha vai dar 25 mil euros a cada casal, por filho, na sua política de aumento da natalidade tentando repor a taxa de fertilidade em 2.1 filhos/mulher. Isto é visto pelo povo alemão como um investimento. No futuro terão mais recursos humanos e, portanto, mais riqueza. Em Portugal queremos matar os "nossos filhos"! Que investimento é esse? O que nos espera o futuro?

3.A lei deve proteger todos os cidadãos. Nós sabemos que uma mulher grávida é muitas vezes pressionada para abortar por outros (namorados, familiares, patrão...). O facto da lei proteger o bebé traduz-se em protecção da mãe e do bebé. A mãe pode refugiar-se na lei para se proteger. Quando for liberalizado, as pessoas à sua volta terão ainda menos vergonha de a pressionar e até será de borla... Não sabemos o que nos espera... Pode começar a haver casos de pressão por parte de patrões, namorados (nova forma de violência doméstica)... Queremos lançar as mulheres à sua sorte?

Anónimo disse...

É este o motivo que está por trás de todas as guerras (incluindo as guerras "preventivas"): o "outro" é o problema, e eliminando o "problema" (o outro), fica tudo resolvido. Tem-se visto o resultado!

Anónimo disse...

A lei actual também não impede que haja outros crimes... Mesmo nos países em que há pena de morte, há crimes. Devemos despenalizar, por isso, todos os crimes? (Seria de facto mais barato, porque o estado podia fechar as cadeias e despedir os polícias).
A lei evita que aumentem excessivamente o número de crimes! Não os elimina. É para isso que existem leis: para reduzir a um mínimo determinadas práticas que são más. E tirar a vida a alguém é uma prática má, porque atenta contra o principal direito, de que derivam todos os outros direitos: o direito à vida! Relativizando-se o primeiro direito, isto é, o direito à vida, relativizam-se todos os outros direitos.
O bebé é uma vida humana desde a concepção! Alguém tem dúvida disso, no século XXI? Estamos na era do genoma!! Pode-se aceitar que existissem dúvidas há 100, 50, ou 30 anos, quando a moda do aborto se propagou em vários países, e de que estão bastante arrependidos. Mas hoje, 2007, em que há tantas provas visíveis para o comum dos mortais? Não vêem? (Não ouvem, quando vão à maternidade fazer uma cardiotocografia ou um eco 3D?)