Sou sempre pela vida |
Contra o aborto, contra a eutanásia, contra a pena de morte, sempre e sempre pela vida, eis o pensamento que Fernando Santos assume e está pronto a defender publicamente nos agitados dias que se avizinham. Um discurso que só se afasta das posições mais ortodoxas da Igreja Católica na questão da contracepção, que defende. «A vida nasce a partir da concepção e deve ser defendida», diz sem qualquer pretensão persecutória contra as mulheres que abortam. - É em nome dos princípios que tem estado a enunciar que está a dar a cara pelo «não» no referendo à interrupção voluntária da gravidez? - Exactamente, da mesma forma que participei no referendo anterior. - Esta intervenção pública causa-lhe alguns engulhos em termos profissionais? - Tenho convicções na vida e sempre pautei por elas o meu comportamento. E não tenho a mais pequena intenção de alterar este padrão comportamental. As pessoas têm de me aceitar como sou. E se sou pela vida, não faria sentido outro comportamento. - Mas continua a haver uma realidade, incontornável, que mostra milhares de mulheres a abortar anualmente, muitas vezes sem quaisquer condições de salubridade. E há anda a questão da penalização... - No campo do «não», ninguém quer penalizar as mulheres. O que defendemos é a vida e esta começa no momento da concepção. Da mesma forma que, em nome da defesa da vida, ou contra a pena de morte. Mas voltando à questão do aborto, atentem neste exemplo: há um indivíduo que entra num supermercado e rouba. É crime? Claro que sim. Porém, depois vem a saber-se que tem 10 filhos, tinha sido despedido no dia anterior e não tinha comida para lhes dar. Continua a ser crime, porém, com muitas atenuantes. E se calhar a pena não passará de um trabalho cívico. Mas o fundamental é resolver a questão social subjacente ao crime. - A ignorância ainda é um obstáculo? - Acredito que haja mulheres que tomam essa decisão por não terem estado, antes, suficientemente informadas. Agora dizer-lhe que está tudo bem, que podem interromper a gravidez à vontade, é que não me parece o caminho correcto, é não pensarmos na defesa da vida. - Não há excepções? - Haverá, quando for necessário, por razões médicas, optar entre vida do filho e a vida da mãe. - Mas a Igreja proíbe os contraceptivos e advoga métodos ditos naturais. Concorda? - Não sou contra o uso dos contraceptivos. Mas na própria Igreja vai existindo alguma abertura em relação a essa questão. Admito que um casal, numa determinada fase da vida, não queira avançar para uma criança. E há tantas formas de resolver, em segurança, essa opção... - Se alguma vez se vir numa situação desesperada, aceita pedir ajuda para morrer? - Não, nunca. Eu não pedi ajuda para nascer, também não vou pedir para morrer. O que digo é que no dia em que a morte tiver de chegar que chegue de forma rápida. Mas se assim não for... quem tem fé acredita que o sofrimento é uma maneira de alcançar outro patamar. Nem aborto, nem eutanásia, nem pena de morte. Não há o direito de tirar a vida a alguém. - Nem a Saddam Hussein? - Saddam era aquilo que todos sabemos e creio que não devia fazer parte da nossa sociedade. Mas seria sempre possível encontra-lhe um destino, no cárcere, que evitasse a pena de morte. O mesmo é válido, grosso modo, para os violadores, que me metem um particular asco. - E se um dos seus filhos fosse vítima de um acto desses, não repensaria essas convicções? -Acredito no direito à vida. Porém, sou suficientemente humilde para, numa situação dessas, lembrar o provérbio «não digas dessa água nunca beberei.» Mas aí deixa de ser a razão e passa a ser a emoção a falar. |
segunda-feira, janeiro 08, 2007
NA PRIMEIRA LINHA DO «NÃO» NO REFERENDO à INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ
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2 comentários:
Bons dias. Gostaria que divulgasse o meu blog anti-aborto, precisamente porque lutamos pela vida...
Se assim puder ser, o link é:
http://abortarotanas.blogspot.com
Obrigado. Um abraço pela vida...
Mais um para nos fazer companhia: A minha Vida é um Dom
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