quarta-feira, dezembro 28, 2005

Há 108,7 idosos por cada 100 jovens até aos 14 anos


Há muito tempo que é assim:

«Portugal tem quase 1,8 milhões de residentes com 65 ou mais anos de idade. Dos 10,5 milhões de habitantes estimados para 31 de Dezembro de 2004, quase 772 mil tinham mais de 75 anos, inclusive. O número de idosos tem vindo a aumentar e a prova é o aumento do índice de envelhecimento.» (...)

«
Daqui a 45 anos, a percentagem de população com 80 ou mais anos representará 10,2 por cento do total.» (...)

«
Os indicadores do INE apontam para o aumento do número de famílias compostas por uma e duas pessoas e uma diminuição do número de famílias com três ou mais elementos. Em 2004, menos de 30 por cento das famílias residentes apresentava uma dimensão de mais de três pessoas.» (...)

Porquê?:
(...)
«LUSOS SEM AJUDA

A Associação Portuguesa de Famílias Numerosas critica a falta de incentivos às famílias e à natalidade. A APFN pretende a criação de um subsídio de nascimento de 400 euros, de um abono de 120 euros/mês por filho e da indexação das pensões ao número de filhos.

FISCALIDADE

As famílias numerosas pretendem que o Governo proceda a alterações ao nível da fiscalidade, pois os cidadãos só podem deduzir as despesas com os filhos quando há divorcio, diz Fernando Castro, presidente da APFN. A associação já se queixou ao Provedor de Justiça.

FRANÇA EXEMPLAR

O regime de Segurança Social francês é considerado exemplar. Há vários subsídios para as famílias, entre os quais o de nascimento (830 euros), o de base (166 euros por mês, até aos três anos) e o de início de aulas para os agregados desfavorecidos - 265 euros.» (...)



Há muito tempo que é assim, e o país inteiro paga(rá) por isto!

terça-feira, dezembro 27, 2005

Amor sem papeis?


Porquê casar?
Porque ao casar tento assegurar as condições mínimas para que o amor cresça. Como quem planta uma flor. Não espero que a flor simplesmente cresça, com as raízes ao ar ou dentro do pacote das sementes. Escolho as melhores condições para desfrutar da cor, do perfume e da visão da flor.

Sem compromisso? À experiência? Pode ser. Mas implica um esforço (desumano por vezes) para estar sempre em guarda, sem nunca saber com o que contar. Quando começarem as dificuldades, a tentação de desisitir será sempre muito forte.

É verdade que os papeis e as formalidades não são essenciais. Mas as grandes alegrias geralmente levam à festa, ao extravasar da alegria, a comunicar e divulgar a todos o que nos sucedeu.

É possível comprometer-me, para sempre, sem saber o que o futuro me reserva?
Para apostar em alguém (é disso que se trata, não é?) é preciso algumas condições mínimas, práticas. Basta tentar imaginar que vamos viver com aquela pessoa, 24 horas por dia, para o resto das nossas vidas. Se a ideia não nos encanta, é melhor nem pensar no assunto. Tal como imaginar que os filhos vão ser parecidos com ela / ele ... Ou reflectir sobre o tipo de sexualidade que se deseja viver: a sexualidade impulsiva e caprichosa dificilmente poderá assegurar um casamento (depois de casados os caprichos tornar-se-ão piores...).
A este processo de escolha costuma chamar-se namoro...

Isto é:

primeiro, que pessoa é;

segundo, o que faz e como se comporta;

terceiro, o que promete e diz ( e que só tem valor se for concordante com o modo como se comporta).

Inspirado em
Tomás Melendo Granados
Catedrático de Filosofía
Universidad de Málaga


sexta-feira, dezembro 16, 2005

Abertura à diferença

A partir dos resultados de investigações pluridisciplinares (biologia, antropologia, pedagogia, psiquiatria, psicologia...), a autora analisa os efeitos educativos das escolas que aplicam a educação diferenciada, isto é, que optaram por uma abordagem pedagógica diversificada para rapazes e raparigas, fugindo da imposição do modelo monocolor.

Aumento do sucesso escolar, redução da violência de género, pacificação do ambiente na sala de aula: são dados que vão sendo questionados por Maria Calvo, Professora de Direito na Universidade de Madrid, mãe de quatro filhos. A autora propõe a existência e oferta, tanto de escolas de educação mista como diferenciada, como forma de fugir ao modelo único e personalizar a educação. Reflecte sobre as experiências em curso nos Estados Unidos, Suecia, Alemanha, Reino Unido, em torno à flexibilidade da oferta educativa.

152 páginas de leitura acessível. Ed. Almuzara (Córdova). 2005

terça-feira, dezembro 06, 2005

Educação diferenciada



Em época de exigências de produtividade, e de iniciativas para sair da crise, vale pena ler a recensão do livro de Christina Hoff Sommers, "War Against Boys", ou passar os olhos pela conferência que pronunciou em Madrid sobre o tema.
As questões da educação e do feminismo também são questionadas noutras latitudes.

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Nem sempre "o que arde, cura"

"Que o meu filho não sofra, o que eu sofri, e tenha as comodidades que eu não tive"

Quase todos os pais do mundo subscreveriam estas palavras. Evitemos o sofrimento inútil e procuremos facilitar a vida dos filhos.
Mas educar implica esforço, necessita do impulso para vencer a distãncia entre o que se é, e o que se deseja ser. O risco é confundir sofrimento com tudo o que requer algum esforço, ou significa suportar alguma contrariedade. Ou trocar o desejo de comodidade pela exigência de que a vida não tenha dificuldades.

Contrariedades e dificuldades são o tempero da vida de cada um, dos filhos também: precisamos de repensar o valor educativo destas palavras.

Não desejo que os meus filhos sofram? Evidentemente. Mas se lhes esconder o valor do esforço, serão incapazes de decidir por si próprios, quando chegar a altura. Outros decidirão por eles... Se tiverem todas as comodidades possíveis, adoecerão de medo e angústia sempre que encontrarem frustrações na vida.

Como vou conseguir que eles se esforcem?
Com bom senso, sem medos e sem seguidismos de modas: nem o sacrifício, nem as dificuldades causam depressões ou traumas. Costuma ser mais ao contrário...

(Miseravelmente plagiado de Josemanuel Tarrío Ocaña, em Piemsaunpoco.com)