terça-feira, dezembro 27, 2005

Amor sem papeis?


Porquê casar?
Porque ao casar tento assegurar as condições mínimas para que o amor cresça. Como quem planta uma flor. Não espero que a flor simplesmente cresça, com as raízes ao ar ou dentro do pacote das sementes. Escolho as melhores condições para desfrutar da cor, do perfume e da visão da flor.

Sem compromisso? À experiência? Pode ser. Mas implica um esforço (desumano por vezes) para estar sempre em guarda, sem nunca saber com o que contar. Quando começarem as dificuldades, a tentação de desisitir será sempre muito forte.

É verdade que os papeis e as formalidades não são essenciais. Mas as grandes alegrias geralmente levam à festa, ao extravasar da alegria, a comunicar e divulgar a todos o que nos sucedeu.

É possível comprometer-me, para sempre, sem saber o que o futuro me reserva?
Para apostar em alguém (é disso que se trata, não é?) é preciso algumas condições mínimas, práticas. Basta tentar imaginar que vamos viver com aquela pessoa, 24 horas por dia, para o resto das nossas vidas. Se a ideia não nos encanta, é melhor nem pensar no assunto. Tal como imaginar que os filhos vão ser parecidos com ela / ele ... Ou reflectir sobre o tipo de sexualidade que se deseja viver: a sexualidade impulsiva e caprichosa dificilmente poderá assegurar um casamento (depois de casados os caprichos tornar-se-ão piores...).
A este processo de escolha costuma chamar-se namoro...

Isto é:

primeiro, que pessoa é;

segundo, o que faz e como se comporta;

terceiro, o que promete e diz ( e que só tem valor se for concordante com o modo como se comporta).

Inspirado em
Tomás Melendo Granados
Catedrático de Filosofía
Universidad de Málaga


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