quarta-feira, novembro 30, 2005

Caso social...

O que é que dizem os pais e mães em relação à licença parental, por nascimento dos filhos: "eu gostava, mas...". O poder discricionário das empresas é enorme: são as promoções, os prémios, as facilidades de horário, as ameaças veladas, os contratos a prazo, etc. Mesmo em empresas do estado, quem tiver contrato individual (e cada vez serão mais) está em situação semelhante.

História real, num hospital do Norte: um(a) profissional de saúde está concentrado(a) no seu trabalho.
Ouve uma voz à porta: - "Ó caso social!"
Julga que é alguém no corredor, não liga.
De novo: - "Ó caso social! Não ouviu? Nem sequer me cumprimenta?"
Vira-se. É outro(a) profissional(?) do mesmo hospital.
- "Não percebi que me chamava. Julguei que procurava a assistente social."
- "Claro que era para si. Quem tem três filhos, como v., é um caso social!"

Palavras para quê? Não é no Bangladesh, nem em populações marginais: Portugal séc. XXI, gente licenciada e mestrada. Pois...
Claro que é "caso social", gravíssimo, que alguém desafie o estado anti-natalista e os seus inquisidores ...

Só tenho uma dúvida: de quem são os filhos que vão pagar a pensão de reforma do(a) idiota que falou? E que tal se as pensões de reforma fossem indexadas ao número de filhos?
(Porque não?)

2 comentários:

Anónimo disse...

Com 4 filhos, a mais velha tem 17 anos e está a cursar o 2º ano na faculdade de Marketing, estou sempre a ouvir o mesmo. Acho uma piada pq , eu e meu marido, nunca precisamos da ajuda de prestações do estado, para criar nenhum deles. Meu carro é velho, já não lembro o que é estar num hotel, etc., mas sou feliz. Na verdade fico a pensar como é possível só ter um filho. Aliás, quando ouço esta conversa, digo logo que ser mãe de 4 filhos não é para qualquer mulher. Maria Lúcia Duarte

CarLoS disse...

"digo logo que ser mãe de 4 filhos não é para qualquer mulher".
He, he! ;-)
Tb acho e vou transmitir as suas palavras aos protagonistas...