sexta-feira, novembro 29, 2013

"entre a realidade, o anseio fundado e o desejo inatingível"

Resultados do Inquérito à Fecundidade realizado pelo INE em colaboração com a Fundação Francisco Manuel dos Santos.



“Em média, as pessoas têm 1,03 filhos, pensam vir a ter no máximo 1,77 filhos, e desejariam ter 2,31 filhos.

A maioria das pessoas sem filhos tem menos de 30 anos; é porém neste grupo etário que é mais elevada a proporção dos que pensam vir a ter 2 ou mais filhos.

Independentemente da situação conjugal, do nível de escolaridade, ou da condição perante o trabalho, é predominante a percentagem das pessoas que pensam vir a ter, no máximo, 2 filhos.

A maioria das mulheres (51%) e uma grande percentagem dos homens (46%) tem filhos e não tenciona ter mais.

“Ver os filhos crescerem e desenvolverem-se” é o motivo mais apontado para a decisão de ter filhos.

“Custos financeiros associados a ter filhos” é o motivo mais referido para a decisão de não ter filhos.

 “Aumentar os rendimentos das famílias com filhos” foi a medida considerada como o mais importante incentivo à natalidade.”

(Notícia resumida no Economia & Finanças)

Associação de Famílias Numerosas pede inconstitucionalidade das taxas moderadoras

No DN: A Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN) vai pedir, numa carta enviada ao Provedor de Justiça, a inconstitucionalidade das taxas moderadoras e das limitações da isenção em crianças apenas até aos 12 anos.

(...) Devido a que «a isenção das taxas por insuficiência económica ignorar o número de dependentes.

"A avaliação que é feita apenas tem em conta os adultos que vivem desse rendimento e esquece totalmente o número de crianças", lamenta Ana Cid, considerando que se trata de uma "flagrante injustiça".

A título de exemplo, a associação refere que um adulto sozinho, com um rendimento na ordem de 628 euros tem isenção de taxa moderadora. Se o rendimento for de 640 euros, mesmo que dele vivam três, quatro ou cinco pessoas, essa família já não tem direito a isenção.» (...)

terça-feira, novembro 19, 2013

Valor social da aposta na família

O Centre for Social Justice (CSJ) nos seus relatórios sobre a sociedade britânica, dedicou particular atenção aos fatores sociais que provocam a pobreza.

O relatório publicado recentemente fixou o foco em como as diferentes estruturas familiares influem no desenvolvimento da sociedade.

Tendo em conta os dados deste estudo, pode afirmar-se que a Grã-Bretanha padece de uma autêntica epidemia familiar, onde é especialmente notório o progressivo desaparecimento do pai.

Mais de três milhões de crianças (aproximadamente 25% de toda a população infantil britânica) vivem em lares monoparentais; a percentagem aumenta à medida que a criança cresce: aos 15 anos, a percentagem de crianças em famílias separadas chega aos 45%; em cerca de 90% destes lares o pai está ausente, e 4 em cada dez crianças criadas somente pela sua mãe (no total, cerca de um milhão) mal contacta o seu pai.
    
      O relatório procura não fazer uma avaliação moral da separação ou do divórcio, mas recorda que as crianças criadas em lares monoparentais (mães separadas ou solteiras por escolha) ou com padrastros, têm duas vezes mais possibilidades de fracassar na escola, sofrer problemas de autoestima e de comportamento.

Também aumenta a incidência de gravidezes juvenis, o que por seu turno está associado a futuras famílias frágeis.

A percentagem de lares em pobreza é 2,5 vezes maior nos monoparentais que nos estruturados em torno de um casamento.

O auge da união de facto também é um dado negativo para a estabilidade social, visto que, segundo os dados do relatório, os casais da Grã-Bretanha em regime de união de facto têm três vezes mais probabilidades de estarem desfeitos (inclusivamente se mais tarde houve casamento) antes do primeiro filho atingir os cinco anos de idade.


Muitas vezes, o partido conservador deitou as culpas à falta de apoio do seu aliado liberal democrata para não ter proposto mais reformas destinadas a favorecer o casamento.

Mas com a recente aprovação do casamento homossexual, o partido conservador acabou por trair a sua aposta no modelo de família que mais benefícios sociais e económicos tem demonstrado ter.

O relatório do CSJ, embora não mencione o casamento homossexual, critica os conservadores por se terem deixado levar pela doce retórica dos "diversos modelos de família".

"Dizer que o tipo de família é irrelevante não é de todo verdade, e no final acaba por ser contraproducente. Devemos amadurecer o nosso discurso político sobre a família".


Um dos aspetos derivados da epidemia familiar britânica é o desaparecimento progressivo da figura do pai. Em quase 90% dos lares monoparentais, a família é formada pela mãe e pelos filhos.»

Em aceprensa.pt