quarta-feira, abril 23, 2008

Codigo do Trabalho - propostas em cima da mesa

Está em aberto a discussão sobre as alterações ao Código do Trabalho (Reforma das Relações Laborais)

Na área da protecção à maternidade / paternidade (pg 26 e 27 da proposta), lê-se:

(...)

«Quanto à adaptação do sistema de protecção social, é indispensável aumentar as possibilidades oferecidas aos trabalhadores no campo da conciliação da vida profissional e da vida pessoal e familiar. Nesse domínio, assume especial importância um sistema de protecção da parentalidade que reduza a desigualdade de género. Por estes motivos o Governo propõe que as propostas de revisão da Código do Trabalho sejam acompanhadas das seguintes modificações:

• Substituir a licença de maternidade, paternidade e adopção por uma licença de parentalidade inicial que:

- Aumente de cinco para dez dias úteis a licença a gozar obrigatoriamente pelo pai por altura do nascimento do filho;
- Remunere a 100% 10 dias úteis opcionais de licença, a gozar pelo pai em simultâneo com a mãe, após os dez dias iniciais; - Quatro meses remunerados a 100%, ou cinco meses a 80%, quando a utilização partilhada da licença entre os progenitores for inexistente ou inferior a um mês; - Cinco meses remunerados a 100% ou seis meses a 83% quando pelo menos um dos meses for gozado de forma exclusiva por cada um dos progenitores;

• Remunerar, através de prestação social, três meses adicionais para cada um dos cônjuges, correspondentes a uma licença de parentalidade alargada, apoiados a 25% da remuneração bruta, se gozados imediatamente após a licença de parentalidade inicial;

• Registar como trabalho a tempo completo, para efeitos de prestações da segurança social, o trabalho a tempo parcial para acompanhamento de filhos menores.»

sexta-feira, abril 18, 2008

Os pais

A desaprovação dos pais, em relação ao tabaco, tem algum impacte no fumo dos filhos? ...

Revista Médica de Pediatria,
orgão oficial da Academia Americana de Pediatria

PEDIATRICS
Vol. 108 No. 6 December 2001, pp. 1256-1262

«
Does Parental Disapproval of Smoking Prevent Adolescents From Becoming Established Smokers?»

(...artigo completo aqui, em pdf)

Conclusão:
estes dados contrastam com a noção muito estendida de que não há muito que os pais possam fazer para evitar que os filhos venham a fumar na adolescência. De facto [os dados] indicam que os adolescentes que estão convencidos da resposta negativa e desaprovadora de ambos os pais ao tabaco, têm menor probabilidade de vir a fumar. As intervenções [de saúde pública] que aumentem a eficácia dos pais no sentido de promoverem atitudes de não-fumador nos filhos, podem reduzir o tabagismos na adolescência.

Copiando errado



Expresso, Revista Única, Outubro 2007:

Sublinhado a castanho, Portugal. Em baixo, o gráfico do número de habitantes ...

Palavras para quê: são os nossos "artistas" das políticas de família que tão bem têm trabalhado.

Pode descarregar o artigo completo aqui (em formato pdf).


quarta-feira, abril 09, 2008

Pagar para adoptar, borla para abortar

Deve fazer parte de algum paradoxo moderno, isto de os partidos da direita terem que recordar à esquerda o básico da defesa dos mais frágeis.

«O CDS-PP voltou hoje a criticar o fim da isenção de custas judiciais nos processos de adopção, situação que o Governo já anunciou que irá ser revista, considerando "absurdo" que "o aborto seja gratuito e a adopção seja paga".» (Público, 9 de Abril)

segunda-feira, abril 07, 2008

Só agora é que descobriram!!!



Tanta gente a dizer isto mesmo, há tanto tempo!!!

E por que carga de água é que alguém quereria ir para uma das especialidades mais mal tratadas da medicina?

«o número de armas apreendidas nas escolas não tem aumentado»!!!


Leio:

«O secretário de Estado da Administração Interna, Rui Sá Gomes, disse hoje que o número de armas apreendidas nas escolas não tem aumentado, defendendo que o Programa Escola Segura dá uma boa resposta ao fenómeno» (...)

Armas?? Nas escolas??! Portanto, logo a seguir ao ponto electrónico para os Hospitais, iremos ter detectores de metais nas escolas?

Leio (Publico, 27-07-2009):
(...)
«a Comissão Nacional Justiça e Paz lembra, em comunicado enviado à agência Lusa, que, ao leiloar 217 armas de fogo, a PSP vem "dar um sinal contrário, prejudicando a luta contra a proliferação das armas", poucas semanas depois de a mesma polícia "ter destruído cerca de 16 mil armas, das quais cerca de mil eram armas de fogo, numa operação de grande impacto mediático". »

Portanto, a PSP apreende armas e depois vende-as? É a mesma lógica dos porno-shows , inaugurados pelos mesmos políticos "liberais" que pretendem depois condenar a pedofilia e o aumento da SIDA ... Nada de novo no país do "deserto" e dos "camelos". Não será hora de mudar?

«o número de armas apreendidas nas escolas não tem aumentado»!!!

Leio:

«O secretário de Estado da Administração Interna, Rui Sá Gomes, disse hoje que o número de armas apreendidas nas escolas não tem aumentado, defendendo que o Programa Escola Segura dá uma boa resposta ao fenómeno» (...)

Armas?? Nas escolas??!

Portanto, logo a seguir à instalação do ponto electrónico nos Hospitais, iremos ter detectores de metais nas escolas.
Deve ser o tal choque tecnológico!

«Não têm aumentado AS ARMAS nas escolas»!

Mas está mesmo tudo louco, ou são só os jornais a brincar ca gente?

sexta-feira, abril 04, 2008

Os trapalhões



Frederico Bastião

«O Casamento de Orwell»



«Uma que nem me tinha lembrado: a Direcção-Geral dos Impostos ameaça instaurar processos de contra-ordenação a contribuintes recém casados que não forneçam informação sobre a realização do casamento. Isto até poderia ser simpático se fosse para saber onde era o casamento e enviar uma prenda – perdãozito fiscal, reembolso extraordinário ou dedução específica à colecta, ou até um benefício fiscal à natalidade que juntaria o útil ao agradável.

Isto até poderia ser simpático se fosse para saber onde era o casamento e enviar uma prenda – perdãozito fiscal, reembolso extraordinário ou dedução específica à colecta, ou até um benefício fiscal à natalidade que juntaria o útil ao agradável. Mas não, o que os malandros querem é cair em cima de fotógrafos, floristas, restaurantes e afins que não declarem as receitas com os casamentos para o apuramento do imposto.

Há quem esteja a reagir mal a esta iniciativa, pois a Administração Fiscal pede até a indicação do número de convidados, do preço do vestido da noiva, do valor das prendas recebidas, dos custos com a limusina e a animação. Avançam estas almas que até parece que estamos no 1984 de George Orwell, o célebre “big brother is watching you”, e salientam que invocar o dever de colaboração por quem depois até o contacto telefónico dos noivos quer saber já se aproxima do convite ao masoquismo.»

(...) In Jornal de Negócios, 28 de Março

«Com efeito, o historiador irlandês O’Lary Lólelas, naturalizado americano, reporta que na Luisiana francesa (pré-Estados Unidos da América) era costume para controlar a fraude e evasão fiscais na comunidade nativa usar como sinal exterior de riqueza para apuramento do imposto o número de convidados no casamento. Esta medida foi posteriormente abandonada pois os índios passaram a ir aos casamentos vestidos de cozinheiro, portanto não como convidados. Era notável o número de cozinheiros – chef, em Francês – o que está na origem da célebre expressão “eram mais os chefs que os índios”.»