segunda-feira, março 28, 2011

Crescer


"A experiência de vida é inútil, se não soubermos como aproveitá-la. Só a mera passagem do tempo não transforma ninguém em sábio" ... (aqui, num blogue vizinho)

sexta-feira, março 18, 2011

Ser mulher, ser homem (1)

A nossa identidade - pessoal, irrepetível - é uma rede de co-identidades com certas pessoas, igualmente concretas, singulares e irrepetíveis. Ou somos com elas, ou nos alienamos no nada.

Pensar e experienciar "mulher" é mais do que um género cultural. Estou-me a referir à comoção daqueles filamentos mais profundos das relações interpessoais que se fundamentam, e se alimentam, da condição sexuada feminina e masculina, mesmo que não tenhamos completa consciência disso.

Certamente que estas relações necessitam expressar-se na cultura, geram cultura, e vivem dentro dela. Mas a cultura só é possível por causa destas relações radicais, e não o contrário, embora haja interacção e interdependência entre elas.

Esta primazia da natureza sobre a cultura é bem notória quando uma cultura se começa a aproximar dos limites da sua autodestruição ou desumanização. É por esta primazia que podemos compreender a cultura, concluí-la e realizá-la.

Estas relações interpessoais radicam-se no facto de que a nossa origem também nos está confiada e delas depende que o ser humano seja gerado com a dignidade que a sua natureza exige. Estas relações são as relações conjugais, as parento-filiais e as fraternas.

Mas estas relações são mais que meras relações entre indivíduos, das quais existem muitíssimas. Estas relações são especiais porque manifestam a radical estrutura relacional de qualquer pessoa humana concreta.

Dito de outro modo, esta estrutura radical da pessoa humana é, realmente, uma estrutura "familiar" pela qual cada um de nós, na sua raiz mais profunda, é um entramado de co-identidades, de modos de ser-com-outro, a propósito da sexualidade e do seu surpreendente poder de gerar uma união íntima e vidas humanas.

Cada um de nós é filho ou filha, pai ou mãe, esposo ou esposa, irmão ou irmã, ou então é uma sombra de si mesmo à procura "dos seus", isto é, do "seu" pai e da "sua" mãe, e dos outros "seus", a partir dessa relação primeira - que é a filiação - que só é possível pelo acto de auto-realização livre pelo qual os esposos se geram, como tais, um ao outro.

(Pedro-Juan Viladrich, La palabra de la mujer, EUNSA)

O crucifixo é um sinal de civilização (mesmo para quem não lhe atribui significado teológico)

O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos sentenciou, por 15 votos a favor, e dois contra, que a presença de crucifixos nas escolas públicas italianas não viola a liberdade de educação, nem a liberdade de pensamento e religião.

O Tribunal que refere que esta é uma matéria da competência dos Estados membros, pelo que o Estado italiano apenas exerceu as suas ao manter os crucifixos nas escolas públicas, não violando com isso nenhum normativo.

segunda-feira, março 14, 2011

"Compartilhar as opções afectivo-sexuais de terceiros, não pode ser exigido"

“O respeito pelas opções afectivo-sexuais pode, e deve, ser exigido, mas compartilhar ou assumir como positiva a opção afectivo-sexual de terceiros, não pode nem deve, ser exigido"
(sentença do Tribunal Supremo da Andaluzia, em 15-10-2010, fundamento jurídico nº 9).

Os magistrados escrevem com clareza e rigor cartesianos, condenando um livro de texto da disciplina de Educação para a Cidadania que promove a ideologia de género.

É certo e sabido, que houve, e há, discriminação e exclusão para com pessoas com inclinação homossexual: é uma falha grave da sociedade. Mas não é certo que, para os respeitar na sua dignidade de pessoas, seja preciso concordar com as suas opiniões sobre afectividade e sexualidade.

Tal como numa sociedade democrática não se exige aos comunistas que pensem como os políticos da direita, nem aos da direita que concordem com os comunistas: apenas se lhes pede que se respeitem mutuamente.

Por isso é um fraco serviço à democracia que se pretenda acusar de homófobo quem não compartilhe a ideologia de género. Pode acabar por acontecer que os que se queixaram de intolerância, venham a reproduzir essa mesma intolerância. Pior ainda se a quiserem impor aos menores através do ensino obrigatório.

Péssimo, se o fizerem à socapa, em centros oficiais, em oficinas de "sexualidade", ou "contra a homofobia", através das quais se doutrinam dentro da ideologia de género, passando por cima dos pais (dos mesmos a quem se acusa simultaneamente de pouco responsáveis, mas a quem se impede o exercício dessa responsabilidade).

Nem falemos sequer de que se tente, por alguma forma, diminuir ou ridicularizar os alunos cujos pais não autorizaram a participação nessas "actividades".


Em resumo (simplista, obviamente) a ideologia de género nega que as diferenças óbvias entre mulheres e homens tenham alguma coisa de "natural". São, diz, meras convenções, que podem ser modificadas de acordo com os desejos de cada um. Pode ter-se qualquer "orientação" sexual que se queira ou até "mudar" de sexo, se se deseja.

Trata-se de uma ética em que o que é bom, ou mau, apenas depende dos desejos de cada um, e não de uma resposta ao que é naturalmente humano.

Desta proposta arranca um educação sexual que não fomenta o crescimento de mulheres e homens livres, mas a persistência de adolescentes crónicos.

Como qualquer outra ideologia, considera a "sua" "verdade" acima de qualquer outro raciocínio ou demonstração. Não lhe interessa que a psicofisiologia actual encontre os traços básicos do feminino e do masculino nas primeiras fases do desenvolvimento do hipotálamo, no embrião.

A enorme riqueza das diferenças emocionais e cognitivas entre mulheres e homens - e que são anteriores aos papeis sociais - são consideradas um problema, um obstáculo a abolir (pela revolução, se necessário) até se chegar à "igualdade sexual", tal como o "socialismo científico" radical, da pré-história do socialismo, quis chegar à sociedade sem classes.


(...) De modo que todos nós teremos que viver com uma espécie de culpa universal, por sermos quem somos, diferentes, desiguais ... Mas a quem tiver inclinação gay, bissexual, transexual, deve dar-se aplauso, abandonando-os às suas dificuldades e impedir - dogmaticamente - que se possa discutir, ou investigar, as experiências (dolorosas) e o percurso de vida que tiveram até chegar à actual situação.

Seguramente que a liberdade de cada um está acima das opiniões dos outros, mas isto não pode só significar que os que se consideram "modernos" e "discriminados" possam decidir unilateralmente quais são os estilos de vida de todos os outros. Isto é, também, uma garantia de que haja quem possa - livremente e sem coacções - decidir pensar a sexualidade e os afectos de modo diferente, "não-alinhado".

Estou firmemente convencido que é urgente educar no respeito extremo para com todos, e de modo especial para com os que sofrem algum tipo de discriminação, seja de que tipo for.

Mas como se pode fomentar essa educação sexual no respeito?

Por exemplo:

- poderá ser feita promovendo a instabilidade das relações, ou a multiplicidade de parceiros?
- é compatível com achar-se normal as relações ocasionais, de quase anonimato?
- tem alguma coisa a ver com o exibicionismo das marchas "de orgulho"?
- pode ser feita numa óptica de agressividade e militância anti-religiosa?


E com isto não desmereço em nada a amizade (e a solidariedade) com os meus amigos, e tantas pessoas, que vivem com inclinação homossexual e que não estão disponíveis para colaborar na manipulação política da sua situação.

(adaptado de Fernando Lopez Luengos, doutor em Filosofia, vice-presidente da Associação de Professores Educación y Persona))

domingo, março 13, 2011

Precauções na Rede (Facebook)

No Sol, "Facebook usado para aliciar menores":

(...) «Jogo das perguntas põe perfil de crianças e adolescentes em site de encontros amorosos. Judiciária está a investigar o caso.

A Polícia Judiciária (PJ) está a investigar o Badoo, um site de encontros amorosos, para onde estão a ser aliciadas crianças portuguesas através de um falso jogo no Facebook.

O isco é lançado com um convite no mural da rede social: «Queres saber o que o teu amigo respondeu sobre ti?». Para ver a resposta, o utilizador tem de dar uma autorização à aplicação do Badoo para aceder aos seus dados. Assim que o faz, a sua foto de perfil, nome, idade e localização aparecem no site de encontros amorosos, juntamente com uma frase - gerada automaticamente pelo Badoo - sobre o tipo de parceiros ou de relacionamento de que está à procura» (...)