terça-feira, novembro 19, 2013

Valor social da aposta na família

O Centre for Social Justice (CSJ) nos seus relatórios sobre a sociedade britânica, dedicou particular atenção aos fatores sociais que provocam a pobreza.

O relatório publicado recentemente fixou o foco em como as diferentes estruturas familiares influem no desenvolvimento da sociedade.

Tendo em conta os dados deste estudo, pode afirmar-se que a Grã-Bretanha padece de uma autêntica epidemia familiar, onde é especialmente notório o progressivo desaparecimento do pai.

Mais de três milhões de crianças (aproximadamente 25% de toda a população infantil britânica) vivem em lares monoparentais; a percentagem aumenta à medida que a criança cresce: aos 15 anos, a percentagem de crianças em famílias separadas chega aos 45%; em cerca de 90% destes lares o pai está ausente, e 4 em cada dez crianças criadas somente pela sua mãe (no total, cerca de um milhão) mal contacta o seu pai.
    
      O relatório procura não fazer uma avaliação moral da separação ou do divórcio, mas recorda que as crianças criadas em lares monoparentais (mães separadas ou solteiras por escolha) ou com padrastros, têm duas vezes mais possibilidades de fracassar na escola, sofrer problemas de autoestima e de comportamento.

Também aumenta a incidência de gravidezes juvenis, o que por seu turno está associado a futuras famílias frágeis.

A percentagem de lares em pobreza é 2,5 vezes maior nos monoparentais que nos estruturados em torno de um casamento.

O auge da união de facto também é um dado negativo para a estabilidade social, visto que, segundo os dados do relatório, os casais da Grã-Bretanha em regime de união de facto têm três vezes mais probabilidades de estarem desfeitos (inclusivamente se mais tarde houve casamento) antes do primeiro filho atingir os cinco anos de idade.


Muitas vezes, o partido conservador deitou as culpas à falta de apoio do seu aliado liberal democrata para não ter proposto mais reformas destinadas a favorecer o casamento.

Mas com a recente aprovação do casamento homossexual, o partido conservador acabou por trair a sua aposta no modelo de família que mais benefícios sociais e económicos tem demonstrado ter.

O relatório do CSJ, embora não mencione o casamento homossexual, critica os conservadores por se terem deixado levar pela doce retórica dos "diversos modelos de família".

"Dizer que o tipo de família é irrelevante não é de todo verdade, e no final acaba por ser contraproducente. Devemos amadurecer o nosso discurso político sobre a família".


Um dos aspetos derivados da epidemia familiar britânica é o desaparecimento progressivo da figura do pai. Em quase 90% dos lares monoparentais, a família é formada pela mãe e pelos filhos.»

Em aceprensa.pt

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