Entrevista a David Chadwell (jornal Público, 14 setembro 2011)
Texto aqui. Livro, aqui.
(...) «- Essas diferenças existem porque há uma diferença biológica? Ou é cultural?
- Não sei.
- Não interessa saber?
- O debate que está instalado é esse: "É a biologia ou é a cultura?" Eu não sei. A comunidade médica começa a dizer: "Sim, parece haver alguma biologia..." E há pessoas a dizer: "Não, não é assim..." O problema é que esse debate está a acontecer no "mundo da investigação", mas na sala de aula temos estudantes que estão a ter desempenhos distintos, que não conseguem atingir o mesmo nível de sucesso, e temos professores que estão a tentar ensinar. Aos professores não interessa quais são as causas. O que querem saber é: "Como é que eu consigo chegar aos meus alunos?"
- As meninas têm melhores resultados, abandonam menos a escola, chegam mais à universidade. O sistema educativo está a prejudicar mais os rapazes do que as raparigas?
- A forma como estamos a ensinar não está a ser tão eficaz para os rapazes. Podemos continuar a penalizá-los. Ou podemos procurar perceber como chegar a eles. Isso vai ser mau para as raparigas? Não vai. Se tivermos rapazes que se estão a sair mal, em aulas mistas, isso também vai ser prejudicial para as raparigas. Porque se vai perder tempo, eles vão tentar gozar com elas... Não temos igualdade de desempenhos na leitura, por exemplo. Os rapazes estão a perder. Não quer dizer que não saibam ler. Há muitos que sabem fazêlo bem. Mas, em geral, o sistema educativo está a discriminá-los. Por outro lado, sim, é verdade que as raparigas vão mais para a universidade. Mas por que é que não vão para Engenharias? Ou para as Matemáticas ao mais alto nível? Isto é um problema a nível internacional. Como é que transmitimos certos conteúdos às raparigas de maneira e levá-las a dizer: "Quero seguir essas áreas"?» (...)
(...) «- Essas diferenças existem porque há uma diferença biológica? Ou é cultural?
- Não sei.
- Não interessa saber?
- O debate que está instalado é esse: "É a biologia ou é a cultura?" Eu não sei. A comunidade médica começa a dizer: "Sim, parece haver alguma biologia..." E há pessoas a dizer: "Não, não é assim..." O problema é que esse debate está a acontecer no "mundo da investigação", mas na sala de aula temos estudantes que estão a ter desempenhos distintos, que não conseguem atingir o mesmo nível de sucesso, e temos professores que estão a tentar ensinar. Aos professores não interessa quais são as causas. O que querem saber é: "Como é que eu consigo chegar aos meus alunos?"
- As meninas têm melhores resultados, abandonam menos a escola, chegam mais à universidade. O sistema educativo está a prejudicar mais os rapazes do que as raparigas?
- A forma como estamos a ensinar não está a ser tão eficaz para os rapazes. Podemos continuar a penalizá-los. Ou podemos procurar perceber como chegar a eles. Isso vai ser mau para as raparigas? Não vai. Se tivermos rapazes que se estão a sair mal, em aulas mistas, isso também vai ser prejudicial para as raparigas. Porque se vai perder tempo, eles vão tentar gozar com elas... Não temos igualdade de desempenhos na leitura, por exemplo. Os rapazes estão a perder. Não quer dizer que não saibam ler. Há muitos que sabem fazêlo bem. Mas, em geral, o sistema educativo está a discriminá-los. Por outro lado, sim, é verdade que as raparigas vão mais para a universidade. Mas por que é que não vão para Engenharias? Ou para as Matemáticas ao mais alto nível? Isto é um problema a nível internacional. Como é que transmitimos certos conteúdos às raparigas de maneira e levá-las a dizer: "Quero seguir essas áreas"?» (...)
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