
quarta-feira, fevereiro 25, 2009
Educação para a cidadania

terça-feira, fevereiro 17, 2009
O vazio
«O resultado das duas dinâmicas, um "casamento" nunca reprodutivo e o facilitismo da morte-na-hora, é o fim absoluto que começa por negar a possibilidade de existência e acaba recusando a continuação da existência. Que soturno pesadelo este com que Almeida Santos e José Sócrates sonham onde não se nasce e se legisla para morrer.

Já escrevi nesta coluna que a ampliação do casamento às uniões homossexuais é um conceito que se vai anulando à medida que se discute porque cai nas suas incongruências e paradoxos. O casamento é o mais milenar dos institutos, concebido e defendido em todas as sociedades para ter os dois géneros da espécie em presença (até Francisco Louçã na sua bucólica metáfora congressional falou do "casal" de coelhinhos como a entidade capaz de se reproduzir). E saiu-lhe isso (contrariando a retórica partidária) porque é um facto insofismável que o casamento é o mecanismo continuador das sociedades e só pode ser encarado como tal com a presença dos dois géneros da espécie. Sem isso não faz sentido.
Tudo o mais pode ser devidamente contratualizado para dar todos os garantismos necessários e justos a outros tipos de uniões que não podem ser um "casamento" porque não são o "acasalamento" tão apropriadamente descrito por Louçã. (...)»
Descobriram agora ... Mas qual ética?

Importante, interessante, apenas um pouco tardio. Mas o debate é cada vez mais necessário: qual ética? A que valoriza os seres humanos em função da sua capacidade de "serem desejados", ou "autónomos", ou "auto-conscientes"? Porque essa é precisamente a ética que nos levou à situação em que estamos.
Estamos onde estamos não por acidente, mas por escolhas (globais) estrategicamente e deliberadamente propostas e impostas ...
Repare-se que no National Prayer Breakfast, uma tradição respeitada por todos os presidentes do EUA, o Presidente Barack Obama citou Santo Agostinho: "Reza como se tudo dependesse de Deus; trabalha como se tudo dependesse de ti."
Estão a imaginar as nossas Escolas Públicas a fazerem algo parecido?
segunda-feira, fevereiro 09, 2009
TV e video podem perturbar o desenvolvimento verbal

As crianças pequenas que viviam em casas onde a TV e o video estão quase sempre ligados têm menor probabilidade de desenvolver a linguagem de mod0 adequado.
O investigador principal, Alan Mendelsohn, director de investigação clínica do Departamento de
Pediatria da Escola de Medicina de Nova York, afirma desalentado que "a tv educativa não é uma solução".
O estudo também não demonstrou que a chamada programação educativa aumentasse a interacção verbal entre pais e filhos, mesmo quando viam tv juntos.
O que acontece é que a tv fica acesa enquanto a mãe, geralmente ela, se ocupa com outras tarefas da casa e as crianças ficam sós diante da "ama electrónica".
"As nossas conclusões são relevantes porque a interacção entre pais e filhos tem uma enorme repercussão no desenvolvimento infantil precoce e no sucesso escolar, bem como nos riscos relacionados com a adolescência", sublinham as conclusões do estudo.
Este estudo vem reforçar as recomendações da Academia Americana de Pediatria de que as crianças com idade inferior a 2 anos não devem ver televisão.
O estudo centrou-se em crianças pequenas e em familias com baixo nivel socio-económico.
segunda-feira, fevereiro 02, 2009
Carta a Javier Fesser

«Carta a Javier Fesser»
«Não conheci Alexia, nem a sua família, nem o Opus. Julgo que posso dizer que tampouco conheço a Deus. Sou mãe de uma criança de sete anos com cancro. Nunca lhe ouvi uma queixa, nem nunca perguntou o porquê da doença. Quando não pode mais com dores, fica com a cara molhada de lágrimas. E nós ficamos desconsolados. Tenho a certeza que ela é mais valente do que nós. De manhã, quando vou acordá-la dou graças por esta filha que é um tesouro que recebi.
Ao seu lado entendi como é possível sofrer e ser feliz ao mesmo tempo. Somos felizes porque a sua presença ao nosso lado preenche os nossos dias. Ao mesmo tempo sofremos porque não podemos fazer nada para a manter connosco; custa-nos ver como se vai apagando lentamente.
No dia em que se vá, o nosso coração ficará rasgado. No entanto por vezes quereria que fosse agora, para não a ver sofrer. Quem pode resistir à dor de ver que se nos escapa, sem podermos fazer nada?
Javier, não sei se conseguirás entender isto. O que sentiram os pais de Alexia? Não é nada parecido com o teu filme, não é? Já imaginaste se algum dia Deus permitir que tenhas um filho moribundo entre os teus braços? Serás capaz de repetir o que tens dito nas entrevistas? Se passares por isso, verás como o mundo muda de cor... Faltou colocares-te no lugar dos outros.
Parece-me que o teu filme não nos feriu só a nós, mas a todos os espanhóis, porque é um ataque frontal à democracia, que só pode construir-se sobre a tolerância e o respeito às crenças dos outros. Podemos não estar de acordo e podemos dialogar sobre isso, mas é uma tirania levantar a bandeira da liberdade para violar os direitos dos outros e troçar de forma gratuita do sofrimento alheio.
Não duvido que sejas um talento, mas fico entristecida que o uses para ferir, em vez de construir esperanças. O esforço seria o mesmo, e o aplauso seria de todos. Também não entendo porque é que o governo financia, com o dinheiro de todos, filmes que ferem a sensibilidade de tanta gente, em vez de pagar a luta contra o cancro, ou contra a doença de Alzheimer.
Tanto o meu marido como eu tivemos imensas dúvidas em escrever-te. Há tanto que fazer nesta sociedade que isto nos parece uma perda de tempo. Acabámos por fazê-lo na expectativa de que isso possa ajudar outros pais.Nós decidimos que queremos procurar a verdade sobre esse Deus que sobrevive à morte, e que não permite que a nossa vida acabe no vazio. Também decidimos ir ter com alguém do Opus Dei para que possa explicar-nos tantos porquês que não entendemos. Talvez nos dêem as respostas que tu não soubeste dar-nos.
Embora para o mundo de hoje isso pareça impossível, acreditamos que talvez só Deus nos poderá confortar. »
Teresa e Pablo.